O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) informa esta terça-feira, através de um comunicado, que, de acordo com os resultados do modelo do Serviço de Monitorização Atmosférica do programa Copernicus, "verifica-se uma intrusão de partículas de aerossol sulfato na região dos Açores" com origem nas emissões do vulcão Cumbre Vieja, nas Canárias.
O instituto português assinala que este evento causa "uma redução de visibilidade semelhante à que ocorreu nos passados dias 29 e 30 de setembro" e que, embora o transporte se verifique acima dos 5.000 metros, "prevê-se que possa ocorrer um aumento das concentrações de dióxido de enxofre à superfície".
"Com a região a ser afetada pela passagem de uma superfície frontal com ondulações e a previsão de ocorrência de precipitação, a atual massa de ar deverá ser substituída ao mesmo tempo que a remoção húmida do aerossol se verifica", pode ler-se na nota do IPMA.
Frisando que continua a acompanhar a evolução do Cumbre Vieja, o instituto português antecipa que a situação em todo o arquipélago dos Açores "deverá estar ultrapassada a partir da madrugada do dia 4 de novembro, quinta-feira".
A erupção do vulcão Cumbre Vieja, em La Palma, somou hoje 43 dias de duração, superando os 42 dias que demorou a de San Juan, em 1949, na mesma ilha.
O atual vulcão Cumbre Vieja está a gerar uma muito significativa inundação de lava, que se estende ao largo dos bairros de Todoque e de La Laguna, ocupando quase 1.000 hectares de território e soterrando cerca de 2.000 edificações, entre casas e armazéns agrícolas.
Certo é que, em 43 dias de erupção do Cumbre Vieja, a paisagem do Vale Aridane mudou completamente, com um amplo manto de lava negra e densa a cobrir, atualmente, o que em tempos foram terras férteis, cultivadas ao longo dos anos.
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