Dois homens e duas mulheres, todos empresários, foram detidos pela Polícia Judiciária por dedicarem-se à prática de crimes violentos. São suspeitos dos crimes de homicídio, sequestro agravado, roubo, furto qualificado, branqueamento de capitais e associação criminosa.
Pelo menos desde 2017 que o grupo tinha vindo a apropriar-se de elevadas quantias em dinheiro, ouro, armas de fogo, bem como de outros objetos de valor, "mediante a prática organizada e reiterada de crimes contra as pessoas e contra a propriedade", esclarece a PJ em comunicado.
Os mandatos de detenção foram emitidos pelo DIAP Regional de Coimbra.
O grupo selecionava "criteriosamente alvos em toda a zona centro/norte do país, sobretudo residências de comerciantes ou empresários, atuando, se necessário, com grande violência e crueldade".
Numa dessas ações, no final de 2018, um casal octogenário foi barbaramente torturado e obrigado a entregar a chave de acesso a um cofre. A mulher acabou por morrer e o homem, que chegou a ser regado com combustível e incendiado, ficou com ferimentos graves.
A operação foi realizada em articulação com o Departamento de Investigação Criminal da Guarda da Polícia Judiciária e com a colaboração operacional e ao nível de partilha de informação com a GNR, nomeadamente com os Comandos Territoriais de Coimbra, Leiria, Santarém, Guarda, Viseu e GIOE - Grupo de Intervenção de Operações Especiais.
No decurso de buscas foram apreendidas, entre outras provas, ferramentas e equipamentos variados utilizados na concretização dos crimes, dez armas de fogo e munições, oito veículos automóveis, alguns dos quais de alta cilindrada, uma moto de água e duas moto-quatro, valores em numerário e diversos artigos adquiridos com os proventos do crime.
Os detidos, com idades compreendidas entre os 46 e os 26 anos, dois dos quais com antecedentes criminais ligados a roubos, furtos e detenção de armas de fogo proibidas, foram presentes a Tribunal para primeiro interrogatório judicial.
Os dois homens ficaram em prisão preventiva e as duas mulheres ficaram sujeitas a presentações bissemanais, à proibição de se ausentarem do concelho de residência e ao pagamento de uma caução de 20 mil euros cada uma.
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