"Alguém tão importante para Paris como o General Leclerc saiu de França para ir ao encontro do General De Gaulle com um visto do cônsul Sousa Mendes. Milhares de pessoas, muitos parisienses, e as suas famílias devem a vida ao cônsul. Nós estamos a seguir outras cidades que já lhe prestaram homenagem", afirmou Hermano Sanches Ruivo, vereador da Câmara de Paris e proponente desta homenagem, em declarações à agência Lusa.
O Conselho de Paris aprovou na sexta-feira esta homenagem, ficando agora o espaço verde no centro da Boulevard Batignolles, entre as ruas Andrieux e a Praça Prosper Goubaux, designado como 'promenade' (passeio, em português) Aristides de Sousa Mendes. Esta homenagem será formalizada no decorrer da Temporada Cruzada Portugal-França que decorre entre fevereiro e outubro de 2022.
Esta é uma das várias iniciativas que Hermano Sanches Ruivo quer promover em Paris para homenagear a memória dos resistentes da II Guerra Mundial de origem portuguesa, uma tarefa complexa já que como o país não participou nesta guerra, é preciso fazer este reconhecimento individual.
"É a primeira etapa de um processo que lançámos e quero que avance sobre o reconhecimento de portugueses na II Guerra Mundial em França. Sabemos que várias centenas de portugueses ficaram registados na resistência. Todos estes resistentes são um conjunto de pessoas que participam na memória de França e na nossa história", declarou o autarca.
Hermano Sanches Ruivo está a trabalhar com o Museu da Libertação, situado no 14.º bairro de Paris, e investigadores portugueses para desenvolver estudos sobre esta matéria. Em Paris, o nome de Aristides de Sousa Mendes está inscrito no Muro dos Justos, junto do Memorial da Shoah, no 4.º bairro da capital francesa.
Em França, várias homenagens, impulsionadas pelo Comité Aristides de Sousa Mendes, têm vindo a multiplicar-se em cidades como Bordéus ou Hendaia, de forma a manter viva a memória do diplomata português.
Em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, Aristides de Sousa Mendes, então cônsul de Portugal em Bordéus, França, emitiu vistos que salvaram milhares de pessoas do Holocausto, desobedecendo às ordens do então presidente do conselho, António de Oliveira Salazar, que liderava o governo. Aristides de Sousa Mendes entrou em outubro para o Panteão Nacional, em Lisboa.
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