Docentes querem reuniões online. Há escolas a defender presenciais

Os professores defendem que as reuniões de avaliação do Natal devem ser 'online', mas há diretores que preferem reuniões presenciais e admitem que só optarão por uma solução à distância caso a situação pandémica se agrave.

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Lusa
26/11/2021 17:10 ‧ 26/11/2021 por Lusa

País

Ensino

Há escolas que, logo no início do ano letivo, anunciaram que as reuniões de trabalho previstas para as férias do Natal seriam 'online', enquanto outras continuam a aguardar pela evolução da pandemia na esperança de conseguir realizar os encontros presencialmente.

Os secretários-gerais dos dois maiores sindicatos de professores - a Fenprof e a FNE - consideram que "não faz qualquer sentido" falar em reuniões presenciais a poucos dias do país voltar a entrar em "estado de calamidade" devido ao agravamento da pandemia de covid-19. 

Mário Nogueira contou à Lusa que "há escolas que marcaram todas as reuniões 'online' enquanto outras optaram por encontros presenciais, estando no entanto a avaliar, a cada momento, o que é melhor".

Para o secretário-geral da Fenprof, "não faz qualquer sentido chamar as pessoas para as escolas", até porque a maioria dos estabelecimentos de ensino optou por encontros 'online' nas avaliações intercalares que se realizaram já este ano letivo.

Também o secretário-geral da Federação Nacional da Educação (FNE) defendeu que "tanto quanto possível as reuniões devem ser à distância, por uma questão de precaução e segurança".

 "Claro que há sempre ganhos em estarmos presencialmente, mas nas atuais circunstâncias pesam mais as questões de saúde e segurança", disse à Lusa João Dias da Silva, sublinhando que as reuniões de trabalho dos professores são "totalmente diferentes das aulas 'online', em que é muito difícil manter os alunos concentrados e, por isso, se perde muito quando deixam de ser presenciais".

Filinto Lima e Manuel Pereira, presidentes das duas associações de diretores, explicaram à Lusa que cabe às escolas decidir qual a melhor solução, sendo que os dois diretores têm opiniões diferentes.

Manuel Pereira lembra que cada escola tem autonomia para decidir qual é a melhor opção, sublinhando que "as reuniões presenciais são sempre mais profícuas".

"Se fosse hoje optava pela avaliação presencial, mas vamos ver como é que vai estar a situação na semana do natal", defendeu o presidente da Associação Nacional de Diretores Escolares (ANDE).

Já Filinto Lima é da opinião de que "as escolas devem optar pelo 'online', porque tem a mesma eficácia" e "neste momento, é o mais indicado tendo em conta o número de casos" de covid-19.

A situação pandémica em Portugal começou a agravar-se nas últimas semanas, sendo que esta semana foi ultrapassada a barreira dos três mil casos diários de novos infetados.

Na quinta-feira, o Governo decidiu em reunião de conselho de Ministros decretar o estado de calamidade a partir de 1 de dezembro, altura em que regressam medidas como o uso obrigatório de máscara em espaços fechados.

Para as crianças e jovens, as férias do Natal serão maiores: Desde as creches até ao ensino superior, as aulas presenciais só vão começar a 10 de janeiro.

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