Há escolas que, logo no início do ano letivo, anunciaram que as reuniões de trabalho previstas para as férias do Natal seriam 'online', enquanto outras continuam a aguardar pela evolução da pandemia na esperança de conseguir realizar os encontros presencialmente.
Os secretários-gerais dos dois maiores sindicatos de professores - a Fenprof e a FNE - consideram que "não faz qualquer sentido" falar em reuniões presenciais a poucos dias do país voltar a entrar em "estado de calamidade" devido ao agravamento da pandemia de covid-19.
Mário Nogueira contou à Lusa que "há escolas que marcaram todas as reuniões 'online' enquanto outras optaram por encontros presenciais, estando no entanto a avaliar, a cada momento, o que é melhor".
Para o secretário-geral da Fenprof, "não faz qualquer sentido chamar as pessoas para as escolas", até porque a maioria dos estabelecimentos de ensino optou por encontros 'online' nas avaliações intercalares que se realizaram já este ano letivo.
Também o secretário-geral da Federação Nacional da Educação (FNE) defendeu que "tanto quanto possível as reuniões devem ser à distância, por uma questão de precaução e segurança".
"Claro que há sempre ganhos em estarmos presencialmente, mas nas atuais circunstâncias pesam mais as questões de saúde e segurança", disse à Lusa João Dias da Silva, sublinhando que as reuniões de trabalho dos professores são "totalmente diferentes das aulas 'online', em que é muito difícil manter os alunos concentrados e, por isso, se perde muito quando deixam de ser presenciais".
Filinto Lima e Manuel Pereira, presidentes das duas associações de diretores, explicaram à Lusa que cabe às escolas decidir qual a melhor solução, sendo que os dois diretores têm opiniões diferentes.
Manuel Pereira lembra que cada escola tem autonomia para decidir qual é a melhor opção, sublinhando que "as reuniões presenciais são sempre mais profícuas".
"Se fosse hoje optava pela avaliação presencial, mas vamos ver como é que vai estar a situação na semana do natal", defendeu o presidente da Associação Nacional de Diretores Escolares (ANDE).
Já Filinto Lima é da opinião de que "as escolas devem optar pelo 'online', porque tem a mesma eficácia" e "neste momento, é o mais indicado tendo em conta o número de casos" de covid-19.
A situação pandémica em Portugal começou a agravar-se nas últimas semanas, sendo que esta semana foi ultrapassada a barreira dos três mil casos diários de novos infetados.
Na quinta-feira, o Governo decidiu em reunião de conselho de Ministros decretar o estado de calamidade a partir de 1 de dezembro, altura em que regressam medidas como o uso obrigatório de máscara em espaços fechados.
Para as crianças e jovens, as férias do Natal serão maiores: Desde as creches até ao ensino superior, as aulas presenciais só vão começar a 10 de janeiro.
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