Estratégia de imunidade natural tem "riscos" para o SNS e para as pessoas

A diretora-geral da Saúde defendeu hoje que a estratégia de imunização natural contra a covid-19 comporta um risco de pressão sobre os serviços de saúde e um "risco individual" porque há casos que têm "um desfecho menos favorável".

Notícia

© DGS

Lusa
30/12/2021 20:39 ‧ 30/12/2021 por Lusa

País

Covid-19

Perante o aumento exponencial de casos, e a confirmar-se a menor gravidade da infeção causada pela variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2, especialistas apontam como nova estratégia de combate à pandemia a imunidade natural.

Questionada pela agência Lusa se este é o caminho a seguir, a diretora-geral da Saúde afirmou que, neste momento, as autoridades mantêm a estratégia de "reforçar as medidas todas que impeçam a transmissão do vírus", nomeadamente o distanciamento físico, o uso da máscara, a higienização das mãos, bem como a vacinação, a testagem e o arejamento dos espaços.

Para Graça Freitas, a estratégia de imunização natural tem "dois riscos", sendo o primeiro o número de pessoas doentes ao mesmo tempo.

"Apesar da doença ser pouco grave, se tivermos muitas pessoas ao mesmo tempo infetadas isso vai impactar nos serviços de saúde, quer a gente queira, quer não", alertou.

Por outro lado, observou, o risco de a pessoa ter "um internamento ou um desfecho grave não é zero".

"Obviamente, há grupos mais vulneráveis que outros, mas há pessoas aparentemente saudáveis que podem também ter uma evolução negativa e infeção natural comporta esse risco", sustentou.

Graça Freitas explicou que, enquanto a vacinação é um processo de imunização controlado, "com pouquíssimas reações adversas" e que não leva ao internamento, nem à morte, a doença natural comporta esse risco.

Os casos da variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2 estão a aumentar exponencialmente em Portugal e no mundo, tendo as infeções com SARS-CoV-2 atingido hoje, pelo terceiro dia consecutivo, um novo máximo de 28.659 novos casos em 24 horas

Os casos ativos voltaram a aumentar nas últimas 24 horas, totalizando 158.424, mais 22.404 do que na quarta-feira, e recuperaram da doença 6.239 pessoas, o que aumenta o total nacional de recuperados para 1.181.456.

Comparativamente com a situação registada em Portugal no mesmo dia há um ano, o país tem hoje mais 22.610 novos casos de infeção (contabilizaram-se 6.049 novos casos a 30 de dezembro de 2020) e mais 90.219 casos ativos (há um ano totalizavam 68.205).

O número de internamentos é significativamente inferior, uma vez que há um ano estavam internadas 2.896 pessoas, 487 das quais em cuidados intensivos, havendo também menos óbitos (no mesmo dia, o boletim da DGS contabilizava 79 mortes nas 24 horas anteriores).

Leia Também: Contacto de risco? Recuperados e com dose de reforço sem isolamento

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas