Perante o aumento exponencial de casos, e a confirmar-se a menor gravidade da infeção causada pela variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2, especialistas apontam como nova estratégia de combate à pandemia a imunidade natural.
Questionada pela agência Lusa se este é o caminho a seguir, a diretora-geral da Saúde afirmou que, neste momento, as autoridades mantêm a estratégia de "reforçar as medidas todas que impeçam a transmissão do vírus", nomeadamente o distanciamento físico, o uso da máscara, a higienização das mãos, bem como a vacinação, a testagem e o arejamento dos espaços.
Para Graça Freitas, a estratégia de imunização natural tem "dois riscos", sendo o primeiro o número de pessoas doentes ao mesmo tempo.
"Apesar da doença ser pouco grave, se tivermos muitas pessoas ao mesmo tempo infetadas isso vai impactar nos serviços de saúde, quer a gente queira, quer não", alertou.
Por outro lado, observou, o risco de a pessoa ter "um internamento ou um desfecho grave não é zero".
"Obviamente, há grupos mais vulneráveis que outros, mas há pessoas aparentemente saudáveis que podem também ter uma evolução negativa e infeção natural comporta esse risco", sustentou.
Graça Freitas explicou que, enquanto a vacinação é um processo de imunização controlado, "com pouquíssimas reações adversas" e que não leva ao internamento, nem à morte, a doença natural comporta esse risco.
Os casos da variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2 estão a aumentar exponencialmente em Portugal e no mundo, tendo as infeções com SARS-CoV-2 atingido hoje, pelo terceiro dia consecutivo, um novo máximo de 28.659 novos casos em 24 horas
Os casos ativos voltaram a aumentar nas últimas 24 horas, totalizando 158.424, mais 22.404 do que na quarta-feira, e recuperaram da doença 6.239 pessoas, o que aumenta o total nacional de recuperados para 1.181.456.
Comparativamente com a situação registada em Portugal no mesmo dia há um ano, o país tem hoje mais 22.610 novos casos de infeção (contabilizaram-se 6.049 novos casos a 30 de dezembro de 2020) e mais 90.219 casos ativos (há um ano totalizavam 68.205).
O número de internamentos é significativamente inferior, uma vez que há um ano estavam internadas 2.896 pessoas, 487 das quais em cuidados intensivos, havendo também menos óbitos (no mesmo dia, o boletim da DGS contabilizava 79 mortes nas 24 horas anteriores).
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