Um incêndio violento destruiu hoje o pavilhão principal da fábrica de bicicletas Esmaltina, apesar do trabalho de mais de 90 operacionais presentes no local, segundo o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Aveiro.
Em declarações hoje à agência Lusa, o presidente da ABIMOTA lamentou a destruição da fábrica, mas disse ter esperança que a fábrica consiga reerguer-se.
"Esta é uma fábrica histórica, emblemática no setor, será das mais antigas senão a mais antiga fábrica de bicicletas portuguesa. Tinha um papel significativo na produção de bicicletas sobretudo na área da exportação e também tinha uma forte componente de trabalho na área das bicicletas elétricas, portanto fica um sentimento de perda, mas esperemos e estamos convictos que será por pouco tempo", disse.
De acordo com Gil Nadais, o concelho de Anadia, no distrito de Aveiro, tem um forte polo de montagem de bicicletas, com grandes empresas, mas mais recentes do que a Esmaltina.
"A Esmaltina colocava-se mais na montagem de bicicletas embora tivesse algum fabrico. Fabricava algumas rodas por exemplo e um ou outro componente para as suas bicicletas. Abastecia-se sobretudo no mercado nacional, mas também recorria às importações", contou.
Segundo o presidente da ABIMOTA, as empresas do setor de duas rodas neste momento em Portugal são em número significativo.
"Se não fossem não poderiam fazer do setor o maior produtor de bicicletas da Europa", destacou, acrescentando que entre montagem e componentes, existem no país mais de 70 empresas.
Apesar do desfecho da fábrica histórica, Gil Nadais acredita que a emblemática fábrica não irá desaparecer.
O alerta para o incêndio na Esmaltina foi dado às 23:19 de quarta-feira, de acordo com a informação disponibilizada no 'site' da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), tendo sido dado como dominado às 03:28.
Às 09:45, estavam ainda no local 50 operacionais, com o apoio 19 veículos.
A Esmaltina é uma das mais antigas empresas de bicicletas do país.
Fundada em 1970, possui um volume de faturação de cerca de 10 milhões de euros e emprega atualmente pouco mais de 50 pessoas. Produz cerca de 200 mil veículos por ano, sobretudo para o mercado ibérico.
"A Esmaltina já produziu mais de três milhões de bicicletas para os seus clientes na Europa, África e América do Sul", lê-se no 'site' da empresa.
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