O neurologista e dirigente da Fundação Portuguesa do Pulmão, Luís Rocha, explicou que a diminuição registada no número de mortes por Covid-19 em janeiro deve-se a vários fatores e poderá simbolizar uma mudança no país.
"Se olharmos para os valores pré pandemia - 2017, 2018 e 2019 - temos um registo do número de óbitos já inferior a esse período". Estes dados, segundo o médico, justificam-se com "a qualidade dos registos", as restrições impostas - como o facto de se estar em casa em teletrabalho e, consequentemente, menos circulação de pessoas -, a utilização da máscara e o efeito da vacinação.
"Podemos estar a assistir ao princípio do fim", salientou Luís Rocha na edição da manhã da SIC Notícias, relembrando que os isolados com coronavírus interromperam o isolamento para ir votar. Contudo, esclarece que seria necessário “ter conhecimento de alguns dados que a Direção-Geral da Saúde não nos transmite”, como a taxa de letalidade, relativamente aos vacinados e não vacinados, e o que se passa nos internamentos, de forma a ser possível ter noção do impacto da doença.
Reforçou ainda que existem doentes infetados com Covid-19, mas que o seu internamento e, em certos casos morte, se deve a outras patologias. “Os sistemas de identificação de certificado de óbito conseguem identificar muito bem tudo isto”, esclareceu, reiterando que é possível identificar qual a causa principal da morte sem que seja de imediato o vírus SARS-CoV-2.
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