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Bebé ligado a ECMO entrou com "miocardite". "Situação está controlada"

Hospital de São João, no Porto, fez uma conferência de imprensa para atualizar o estado da criança de 13 meses que se encontra na unidade hospitalar ligado a ECMO. Entrou "clinicamente muito doente".

Bebé ligado a ECMO entrou com "miocardite". "Situação está controlada"
Notícias ao Minuto

18:24 - 05/02/22 por Notícias ao Minuto com Lusa

País São João

Um bebé de 13 meses, com Covid-19, está internado na unidade de cuidados intensivos do Hospital São João, no Porto, ligada a suporte ECMO devido a complicações no seu quadro clínico. Maria João Batista, diretora clínica da unidade hospitalar, revelou, este sábado em conferência de imprensa, que a criança deu entrada "esta noite", transferido do Centro Materno-Infantil do Norte. 

O bebé tinha "um quadro clínico que era compatível com a existência de uma miocardite" e entrou no São João "clinicamente muito doente".

"Tinha arritmias cardíacas que foram muito difíceis de controlar e a equipa médica esteve várias horas com o bebé. O bebé necessitou de ser ventilado mecanicamente e, apesar de todas as medidas que foram instituídas, ele entra naquilo que nós chamamos um choque cardiogénico, ou seja, o seu coração deixa de ser capaz de assegurar a circulação do sangue pelo corpo, havendo necessidade de o colocar em ECMO", explicou a responsável. 

Posteriormente, o bebé "foi ficando estável" e a equipa clínica está "a prestar todos os cuidados" e, neste momento, "a situação está controlada". Maria João Batista acrescentou, contudo, que se trata de "um quadro grave, que inspira cuidados", mas "é um excelente sinal sabermos que o bebé respondeu bem ao ECMO e que ficou estável"

E prosseguiu: "Parece tratar-se de uma infeção de Covid-19 com um quadro de miocardite. Como é evidente, neste tipo de casos temos de pensar qual é a causa mais provável, e esta parece ser a mais provável, mas como é obvio, há outras miocardites que são provocadas por outros vírus e, neste momento, estamos a pesquisar outros vírus que não foram até ao momento identificados e temos de procurar outras causas para ter a certeza que aquilo que aconteceu foi uma miocardite associada à Covid-19".

Numa mensagem a todos os pais, a médica recomendou que "haja tranquilidade", enfatizando que "a existência de infeções com esta gravidade é muito rara em idade pediátrica e, sobretudo, em bebés tão pequenos".

"Sabemos que com esta idade, com 13 meses, é um bebé frágil e que corre sempre um risco perante uma infeção, seja o SARS-COV-2 ou qualquer outro vírus, de ter um processo que é mais grave, que pode ter de entrar em cuidados intensivos e em ECMO. O que é que nós devemos fazer é ser prudentes. Não é provável que uma criança vá ter um quadro destes, os pais não têm de ficar alarmados. Não estamos à espera de ter um aumento de casos deste género", assinalou a diretora clínica.

Continuando a dirigir-se aos pais, lembrou haver medidas que "protegem todos, para evitar as infeções e a gravidade das infeções", como a utilização da máscara, o arejamento dos espaços fechados e evitar os contactos desnecessários, insistindo que "todas as pessoas que são potencialmente elegíveis para fazer a vacina devem proteger-se e devem fazer a vacina".

Sobre as próximas horas do bebé, disse que os médicos vão "deixar que ele descanse um pouco", pois é necessário que fique "mais estável para que nos próximos dias" possam "retirar a ECMO e perceber se o coração funciona normalmente". "Acreditamos muito que seja isso que vai acontecer", acrescentou.

A ECMO, recorde-se, é uma técnica extracorporal de bypass cardiopulmonar, utilizada tanto para suporte de falência cardiovascular grave refratária como na falência respiratória grave refratária.

[Notícia atualizada às 19h04]

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