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Segunda dose aumenta 10 vezes anticorpos que diminuem seis meses depois

A segunda dose de vacina contra a covid-19 aumenta 10 vezes os anticorpos contra o SARS-CoV-2, mas seis meses depois regista-se uma diminuição de oito vezes desses anticorpos induzidos pela vacinação, concluiu um estudo do INSA hoje divulgado.

Segunda dose aumenta 10 vezes anticorpos que diminuem seis meses depois
Notícias ao Minuto

19:02 - 22/02/22 por Notícias ao Minuto

País INSA

"Após a segunda dose da vacina, ocorreu um aumento de 10 vezes do título de anticorpos contra este vírus. Foi igualmente observado um aumento dos anticorpos neutralizantes do SARS-CoV-2 na mesma ordem de grandeza", adiantou o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

Segundo esta investigação, que acompanhou 132 profissionais do próprio INSA vacinados e/ou com infeção prévia pelo coronavírus SARS-CoV-2, cerca de seis meses após a vacinação primária completa, verificou-se uma "diminuição em oito vezes do título de anticorpos induzidos pela vacinação covid-19, sendo esta diminuição menos acentuada para os anticorpos com capacidade para a neutralização do vírus".

"Demonstramos que a primeira dose da vacina provocou uma resposta imunológica, embora uma segunda dose tenha sido essencial para promover a ligação e neutralização dos anticorpos SARS-CoV-2", adiantam ainda as conclusões da investigação.

O INSA desenvolveu este estudo envolvendo profissionais de saúde do instituto com o objetivo de comparar os dados relativos aos anticorpos específicos contra o SARS-CoV-2 após a vacinação contra a covid-19.

Os resultados deste trabalho, agora publicados na revista científica Vaccines, "confirmam a existência de diferentes títulos de anticorpos de ligação e de neutralização ao longo do tempo", adianta o instituto, ao considerar que a investigação "permitiu assim contribuir para o conhecimento científico na área da covid-19".

De acordo com o instituto, a investigação vai decorrer até que os profissionais envolvidos no estudo completem os 12 meses desde a vacinação, o que permitirá uma melhor avaliação da correlação entre os anticorpos de ligação e os anticorpos neutralizantes do vírus SARS-CoV-2.

Este acompanhamento vai ainda permitir a avaliação da imunidade induzida pela dose de reforço entretanto administrada aos profissionais participantes no estudo.

O INSA tem no seu quadro cerca de 500 profissionais de saúde, dos quais 81 foram considerados profissionais de primeira linha para receber a vacina contra a covid-19 na primeira fase do programa nacional de vacinação.

Os investigadores do INSA reconhecem que o estudo tem algumas limitações, uma vez que o universo de participantes incluiu apenas trabalhadores saudáveis e ativos, sem comorbilidades graves e com menos de 70 anos.

A covid-19 provocou pelo menos 5.892.084 mortos em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 20.894 pessoas e foram contabilizados 3.206.281 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.

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