Cidadãos ucranianos rezam em Évora pelo fim da invasão e da guerra
Cerca de 50 cidadãos ucranianos rezaram hoje à noite pelo fim da invasão da Ucrânia e da guerra no país, durante uma celebração católica do rito oriental bizantino, realizada numa igreja em Évora.
© Lusa
País Ucrânia
A celebração foi presidida pelo pároco ucraniano Ivan Hudz e decorreu na Igreja da Graça, situada no centro histórico da cidade e a poucos metros da Praça do Giraldo, considerada a sala de visitas de Évora.
Segundo disse aos jornalistas o pároco, esta missa não estava prevista e só foi marcada durante o dia de hoje, após o início da invasão da Rússia.
"Quando estamos aflitos, primeiro, recorremos a deus, pelo menos, aqueles que acreditam", pois "é o único lugar onde conseguimos deixar as dores, as preocupações e os problemas e também aumentar a nossa esperança e a fé", afirmou.
Ivan Hudz indicou ter transmitido na sua homilia, no idioma ucraniano, uma mensagem de esperança: "Somos cristãos e Deus está connosco. Se deus está connosco, quem pode estar contra nós?", questionou.
Este padre ucraniano, que está em Portugal desde 2002, contou que tem duas irmãs naquele país da Europa do Leste e que elas já lhe relataram ao telefone o que sentiram com os primeiros ataques russos à Ucrânia.
"É evidente que estão com medo", sublinhou o pároco ucraniano, considerando que este sentimento "é normal", porque os ucranianos "não estão habituados à guerra" e são "um povo pacífico e trabalhador".
Olga, também de nacionalidade ucraniana e a viver em Évora há 15 anos, foi uma das primeiras crentes a entrar na igreja e, nas declarações aos jornalistas, justificou a sua presença para "pedir ajudar a deus para terminar a guerra" na Ucrânia.
"Estou preocupada, porque a Ucrânia está muito mal. Temos lá as nossas famílias, pais, filhos e netos e estamos preocupados porque é a nossa terra", sublinhou, indicando ter a família na cidade de Ternopil.
Uma outra cidadã ucraniana, visivelmente emocionada, limitou-se a dizer aos jornalistas que tem dois filhos na Ucrânia, "um na tropa e outro na polícia" e que eles "não podem sair" do país.
"Estou preocupada com a minha família" e vim à igreja "fazer oração pela paz para a Ucrânia e para saúde para todos", acrescentou.
Évora terá a maior comunidade ucraniana do Alentejo, com cerca de 1.500 dos cerca de cinco mil cidadãos da Ucrânia que vivem e trabalham na região.
A Rússia lançou hoje de madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocou pelo menos meia centena de mortos, 10 dos quais civis, em território ucraniano, segundo Kiev.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo dos seus "resultados" e "relevância".
O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.
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