O Ministério da Cultura de Portugal associa-se, assim, a um movimento internacional que tem projetado as cores da bandeira nacional ucraniana em monumentos e locais emblemáticos, numa condenação às ações militares contra a Ucrânia.
As autarquias de Lisboa e Funchal, na quinta e sexta-feira, respetivamente, iluminaram as fachadas do paços do concelho com as cores da bandeira da Ucrânia.
Muitas outras manifestações de solidariedade para com a Ucrânia têm ocorrido desde quinta-feira, quando a Rússia iniciou uma ofensiva militar contra aquela nação que fazia parte da extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Hoje à tarde, um cordão humano desfilará entre o Restelo e o Palácio de Belém, em Lisboa, numa iniciativa que, segundo a organização, pretende mostrar a solidariedade dos portugueses para com a situação dramática vivida pelos ucranianos.
Em declarações à agência Lusa, Pedro Dionísio -- que há 20 anos esteve na organização do cordão humano por Timor -- explicou que a iniciativa de hoje é promovida pela Associação dos Ucranianos em Portugal e que, se possível, gostariam de ser recebidos no final pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
A iniciativa parte de junto da estátua de Taras Schevchenko, um poeta ucraniano, que fica na praça de Itália junto à Ermida do Restelo até à Presidência da República, no Palácio de Belém, apelou.
De acordo com Pedro Dionísio, Taras Schevchenko "é um símbolo da resistência ucraniana", sendo o significado deste cordão "mostrar a solidariedade dos portugueses e da comunidade ucraniana residente em Portugal com a Ucrânia nesta hora dramática".
Na quinta-feira, centenas de ucranianos concentraram-se frente à embaixada da Rússia, em Lisboa, em protesto contra a invasão da sua nação ordenada por Putin em que pediram o fim da guerra.
Os manifestantes entoaram palavras de ordem em ucraniano e exibiram cartazes onde se lê "stop war" (parem a guerra), "stand with Ukraine" (apoiem a Ucrânia), "Ukraine will resist" (Ucrânia resistirá).
A embaixadora da Ucrânia em Portugal, Inna Ohnivets, foi uma das participantes na concentração, "em solidariedade" com os manifestantes, mas também para pedir a solidariedade do mundo para a Ucrânia e a sua atual "situação trágica", segundo disse, na altura, à Lusa.
Agradecendo o apoio de Portugal ao povo ucraniano, já depois de esta tarde ter estado reunida com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a diplomata insistiu na necessidade de "sanções severas contra a Rússia", nomeadamente a sua exclusão do sistema de pagamentos bancários SWIFT, mas pediu sobretudo apoio militar, em defesa da Ucrânia, mas também da Europa.
Porto e Algarve foram também locais onde decorreram concentrações contra a intervenção militar russa na Ucrânia, numa iniciativa promovida pela Associação de Ucranianos em Portugal.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos 198 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 120.000 deslocados desde o primeiro dia de combates.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.
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