A aferição das medidas mais necessárias está a ser feita em articulação com a cônsul da Ucrânia no Porto, Alina Ponomarenko, e com a Kalina - Associação de Imigrantes do Leste, cuja presidente, Alina Dudco, foi recebida hoje na câmara, acrescenta a nota de imprensa da autarquia liderada pelo independente Rui Moreira.
"Além de uma recolha de bens de primeira necessidade, está a ser elaborada uma bolsa de emprego em conjunto com diversas associações empresariais com atividade na região e, durante o mês de março, terá também lugar um concerto solidário", lê-se ainda.
Apelando "à solidariedade dos portuenses" e em conjunto com "todas as juntas de freguesia e uniões de freguesias, que prontamente se disponibilizaram para se assumirem como pontos de recolha, vão ser recolhidos donativos já a partir desta sexta-feira, 4 de março, -- essencialmente roupa quente, calçado, bens alimentares não perecíveis, medicamentos ou produtos de higiene -- para fazer chegar à fronteira da Ucrânia com a Polónia", explica a autarquia.
"O transporte será assegurado através de uma parceria com a [transportadora] Rangel, e a Câmara do Porto vai disponibilizar um espaço na Escola do Sol para concentrar todas as doações. Além das sedes das juntas de freguesia, também será possível entregar donativos no Gabinete do Munícipe", informa a publicação.
Para além deste apoio, o município refere ainda ter estabelecido "parcerias com associações empresariais de diversos setores, como a Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (APHORT), a Associação dos Industriais Metalúrgicos Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP), a Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes e Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS) ou mesmo a Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) para a criação de uma bolsa de emprego, onde serão partilhadas as ofertas disponíveis".
"Ainda sem data marcada nem programa fechado, a cidade vai ser palco de um concerto solidário para angariação de fundos durante o mês de março", acrescenta.
A autarquia dá ainda conta da disponibilização ao Ministério da Administração Interna dos seus meios de Proteção Civil e a sua experiência em apoio humanitário em cenários de catástrofe e de guerra, para fazer parte de eventuais respostas integradas na área psicossocial, logística e de transporte, menciona ainda o comunicado.
Acresce ainda, a "assinatura de um protocolo com a Ordem dos Psicólogos para dar respostas na área da literacia no âmbito dos processos de guerra e paz, com o objetivo de ajudar as diferentes populações a lidar com as questões que a situação suscita".
A nota de imprensa avança ainda que o município "deu conhecimento deste conjunto de iniciativas à secretária de Estado para a Integração e as Migrações, Cláudia Pereira, que congratulou a disponibilidade da Câmara Municipal".
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e quase 500 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
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