Portugal enviou, esta quinta-feira, medicamentos e material médico no valor de cerca de 100 mil euros para a fronteira da Polónia com a Ucrânia, no âmbito da invasão russa, informa o Gabinete da ministra da Saúde, Marta Temido.
A remessa, que se insere no Mecanismo Europeu de Proteção Civil, foi enviada para um armazém na Polónia, junto à fronteira ucraniana, contendo “204 mil unidades de medicamentos de uso hospitalar e de ambulatório, entre os quais antibióticos, medicamentos para a dor, soros para hidratação, bem como 416 mil seringas e agulhas, entre outros produtos”, adianta um comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso.
“Esta é a primeira de várias doações que estão a ser preparadas, com o apoio e a colaboração das associações da área do medicamento e dos dispositivos médicos em conformidade com listagens de necessidades de bens e serviços expressos pela Comissão Europeia e pelas autoridades nacionais dos Estados-membros. Além das doações que integram esta remessa, estão ainda em preparação envios adicionais de produtos provenientes de laboratórios farmacêuticos nacionais”, complementa a nota.
O gabinete revela que, através do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, foi possível doar “material de alojamento temporário de emergência, nomeadamente mil cobertores, mil fronhas e 850 lençóis, cinco mil rações alimentares, 500 kits de cozinha e 3.600 utensílios de cozinha inox, 4.050 utensílios para alimentação descartáveis, 500 esteiras, e 500 kits de higiene”.
Além disso, foram disponibilizadas 603 camas em unidades hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para doentes emergentes, cujo tratamento já não possa ser garantido nos hospitais da Ucrânia, nomeadamente “495 camas de enfermaria e 108 camas em unidades de cuidados intensivos (adultos, pediátricas, neonatais e queimados)”.
De acordo com o documento, o número de camas “poderá ser alargado, consoante as necessidades e a capacidade disponível”, destacando, contudo, a “rápida resposta solidária das unidades hospitalares às solicitações provocadas pela situação emergente” dos últimos dias.
O Ministério da Saúde indica ter solicitado também a colaboração do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), caso venha a ser acionado através do Mecanismo Europeu de Proteção Civil.
Num outro envio, serão doados “componentes sanguíneos e medicamentos derivados do plasma proveniente de dadores de sangue”, mais precisamente “500 unidades de plasma fresco congelado de quarentena, dois mil unidades de plasma tratado por solvente detergente do grupo A e 10 mil unidades de albumina humana para politraumatizados e queimados”.
O organismo salienta, por fim, que a disponibilização de medicamentos e dispositivos médicos devem ser coordenadas por entidades oficiais, “não só para responder às necessidades elencadas pelo país recetor, mas também para garantir o acondicionamento adequado, sem pôr em causa a qualidade e a segurança dos artigos”.
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