Em declarações à Lusa após uma reunião da direção da ASPP/PSP com profissionais que trabalham no Comando Regional dos Açores, em Ponta Delgada, Paulo Santos afirmou que existe uma "constante regularidade de ter polícias numa região autónoma como os Açores, com nove ilhas, a trabalharem isolados nas esquadras".
"Para nós é algo que não deve ser normalizado, que deve ser combatido. Os Governos da República e dos Açores, também o comandante regional, devem ter um papel importante no sentido de não permitir que policias desempenhem a sua missão de forma isolada, colocando em risco a segurança e dos cidadãos", declarou o dirigente.
A direção da ASPP/PSP iniciou hoje uma visita de três dias ao Comando Regional dos Açores.
A visita envolve vários contactos, visitas e reuniões, durante os quais se procura "ouvir vários intervenientes e responsáveis locais para tentar encontrar formas de resposta às questões mais urgentes que afetam os profissionais que trabalham no Comando Regional dos Açores".
Paulo Santos considera que há registo de "vários episódios em que as coisas não correram tão bem", sendo "importante que os políticos acautelem esta situação e não permitam que tal aconteça".
Para além das questões de carreira transversais a todos os profissionais da PSP, coloca-se a questão do subsídio de insularidade, relativamente ao qual a ASSPP/PSP "luta há muito tempo", de acordo com o dirigente daquela associação.
Os policias dos Açores estão também a ser prejudicados ao nível do Subsistema de Assistência na Doença, uma vez que, "nos Açores, é muito difícil" encontrar "convenções", apesar de os agentes instalados no arquipélago "pagarem as contribuições como os colegas do continente".
A ASPP/PSP defendeu a 18 de janeiro um reforço do número de efetivos nos Açores, de forma a garantir mais segurança à população e acabar com episódios como as recentes invasões à esquadra da Graciosa.
"O que se passa é que a Graciosa tem um número de polícias reduzido. E isso é extensível a todas as esquadras nos Açores. Em muitas esquadras da região, o que está a acontecer é que, por vezes, só têm um elemento de serviço e, quando há uma ocorrência, têm de fechar a esquadra", explicou na ocasião, à Lusa, o coordenador regional da ASPP/PSP.
Segundo Paulo Pires, "há oito anos, o Comando Regional dos Açores tinha 920 efetivos e hoje tem 700".
"São menos 200 profissionais", frisou o sindicalista, acrescentando que "há um desinteresse total por parte da tutela -- o Ministério da Administração Interna -- para a situação nos Açores".
Paulo Pires disse que a ASPP/PSP já deu a conhecer esta problema aos líderes parlamentares e vai brevemente abordá-lo com o presidente do Governo Regional açoriano "para fazer pressão".
Por causa desse número reduzido de operacionais, a esquadra da Graciosa foi confrontada este mês e em novembro passado com dois episódios de pessoas que entraram e causaram distúrbios.
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