Comentando uma auditoria do Tribunal de Contas ao sistema de gestão de resíduos de embalagens de plástico divulgada hoje, a Ponto Verde defende que são precisos "novos sistemas de tarifas como o 'pay as you throw' ['pague por aquilo que deita fora']" e diferenciar os materiais pela maior facilidade ou dificuldade de serem reciclados.
Essas reformas fazem parte do que Portugal precisa para cumprir as metas ambientais futuras definidas nacionalmente e a nível da União Europeia, defende em comunicado.
No Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens, defende "a melhoria nos sistemas de recolha, nos processos de triagem e do serviço ao consumidor" com mais investimento "nos próximos anos".
A administradora da Ponto Verde Ana Isabel Trigo Morais salientou que as entidades como a sociedade que dirige "não têm o controlo de toda a operação", defendendo que "toda a cadeia de valor do setor dos resíduos tem que estar convocada e envolvida".
Nas conclusões de uma auditoria divulgadas hoje, o tribunal refere que os objetivos definidos pelos governos para a valorização e reciclagem de resíduos e embalagens de plástico foram alcançados em 2011 e anos seguintes, mas que "para o futuro próximo esses objetivos foram colocados num limiar muito mais ambicioso, que não é compatível com a manutenção das políticas atuais".
O TC considera que o modelo de financiamento e custos dos sistemas de gestão de resíduos urbanos "não permite a cobertura dos gastos com a sua recolha e não estimula suficientemente" os cidadãos a adotarem "boas práticas de prevenção e gestão dos resíduos pelos cidadãos".
Defende que são precisas "políticas urgentes e transformadoras" que permitam cumprir a "grande exigência dos objetivos de reciclagem de resíduos urbanos para 2025, 2030 e 2035".
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