A Rússia anunciou que irá abrir um novo corredor humanitário a partir de Mariupol, informou hoje o Ministério da Defesa do país.
A rota de evacuação, que deve permitir que os civis deixem a cidade com segurança, levará à Crimeia ou Zaporizhzhya, disse o ministério.
Mariupol é uma cidade portuária importante e tem sido uma das mais fustigadas pelos ataques desde o início da guerra na Ucrânia.
Este corredor humanitário vai permitir que 150.000 moradores de Mariupol deixem a cidade.
De acordo com a vice-primeira-ministra ucraniana, este estava entre os nove corredores humanitários acordados com a Rússia esta manhã, mas seria dedicado apenas a carros particulares. Segundo Iryna Vereshchuk, não tinha sido possível acordar a saída de autocarros.
Entretanto, confirmou-se o envio de autocarros para retirar civis.
NEW: Ukrainian evacuation buses from Mariupol have allowed 150,000 residents to flee the besieged port city after 🇺🇦 negotiators managed to secure safe passage: top Zelensky advisor
— Jack Detsch (@JackDetsch) April 11, 2022
Local officials estimate over 10,000 Mariupol residents have died during Russia's 42-day siege
A Ucrânia diz que as forças russas estão a concentrar-se para uma nova ofensiva em zonas de leste, incluindo Mariupol, onde as pessoas estão sem água, comida e energia há semanas.
Mariupol, de acordo com o instituto norte-americano, está dividida em duas: o centro da cidade, em mãos russas; e o principal porto de Mariupol, no sudoeste, e a fábrica de aço Azovstal, no leste, que permanecem em mãos ucranianas.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.842 civis, incluindo 148 crianças, e feriu 2.493, entre os quais 233 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,5 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
[Notícia atualizada às 19h28]
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