Sindicato da PSP admite aumentar protestos caso problemas continuem
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) admitiu hoje endurecer as medidas de protesto caso os principais problemas internos que afetam os polícias continuem por resolver pelo diretor nacional da PSP.
© Lusa
País PSP
"Vamos dar uma margem de tempo para que o diretor nacional possa interpretar a carta que foi enviada, dar algum tempo para que alguns dos problemas sejam resolvidos. Porque se tal não acontecer, a ASPP vai ter que dar um sinal de dureza naquilo que é a luta que tem que encetar", disse aos jornalistas o presidente da ASPP, Paulo Santos.
Para assinalar os 33 anos da manifestação conhecida como "secos e molhados", a ASPP realizou ao fim da tarde de hoje uma concentração em frente à direção nacional da Polícia de Segurança Polícia, em Lisboa, para reclamar da forma como o diretor nacional, Magina da Silva, tem gerido os destinos da instituição.
Durante o protesto, que reuniu algumas dezenas de dirigentes sindicais, uma delegação da ASPP foi recebida pelo chefe de gabinete de Magina da Silva, depois de terem enviado na segunda-feira uma carta ao diretor nacional, na qual apontam a sua "incapacidade para acautelar os interesses dos polícias".
Na missiva, os polícias exemplificam com a "constante ausência de respostas aos pedidos formulados", a "desastrada política de transferências", "errada política de gestão de concursos", o "contínuo e doentio atraso no pagamento de serviços remunerados" e da "errada e prejudicial interpretação sobre pré-aposentação".
No final do encontro com o chefe de gabinete de Magina da Silva, o presidente do maior sindicado da PSP afirmou que a reunião não resultou em nada, tendo apenas surgido "um compromisso muito leviano" sobre o atraso do pagamento dos serviços remunerado.
"Sobre problemas elencados na carta enviada ao diretor nacional não houve qualquer resposta, apenas a comunicação que a missiva foi lida pelo diretor nacional", disse, frisando que o objetivo da concentração não era uma reunião com o diretor nacional, mas sim apelar para que "os problemas que afetam os polícias" e que são motivados pela direção nacional da PSP sejam "superados e resolvidos".
Paulo Santos apontou como principais problemas os serviços remunerados por pagar, existindo polícias com mais de três mil euros por pagar, agentes a trabalhar isolados nas esquadras e que não recebem qualquer tipo de resposta aos requerimentos apresentados na direção nacional.
"Há um conjunto de políticas ao nível da gestão do efetivo, dos concursos, da mobilidade e problemas internos ao nível das graduações que não são iguais para todos, problemas muito específicos que são identificados e nunca tivemos respostas", avançou.
Paulo Santos considerou também que 33 anos depois dos secos e molhados "há efetivamente em termos formais um incumprimento da lei sindical" por parte da direção nacional.
"Os polícias estão saturadas, estão com trabalho extraordinário, estão com as folgas cortadas constantemente. Temos que perceber que a PSP necessita de profissionais motivados, profissionais que tenham o descanso necessário, profissionais que sejam respeitados na sua condição policial, e isso não está a acontecer", frisou ainda.
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