Em comunicado, o Conselho de Administração do Hospital de Braga explicou que o encerramento se deve à "impossibilidade de se completarem as escalas de trabalho necessárias".
"O Conselho de Administração ressalva que envida diariamente todos os esforços com a finalidade de, sobretudo, manter assegurada a prestação de cuidados de saúde de forma regular às grávidas e parturientes da região", refere ainda na nota, onde lamenta "o transtorno".
O Hospital de Braga está também a trabalhar de forma articulada com outros hospitais da região, de forma a que a resposta aos utentes seja garantida pela rede de instituições do Serviço Nacional de Saúde, pode ler-se.
Desde outubro de 2021, o Hospital de Braga registou a saída, por aposentação ou rescisão, de cinco médicos obstetras, não tendo registado nenhuma entrada, referiu na quarta-feira à Lusa fonte da administração.
Segundo a fonte, o hospital tem "sinalizada a necessidade de contratação de médicos daquela especialidade, não tendo o número de recém-especialistas acompanhado esta necessidade".
No domingo, o Hospital de Braga fechou, durante 24 horas, a urgência de obstetrícia, "pela impossibilidade de completar escalas".
O Governo autorizou a abertura de 1.639 vagas para médicos especialistas, 432 na área de medicina geral e familiar, 25 de saúde pública e 1182 na área hospitalar, refere um despacho publicado esta quarta-feira em Diário da República.
A ministra da Saúde tinha anunciado antes a abertura de cerca de 1.600 vagas para colocação de médicos recém-especialistas, das quais 50 na especialidade de ginecologia/obstetrícia.
Marta Temido falava em conferência de imprensa no Ministério da Saúde, em Lisboa, que serviu para apresentar as medidas do Governo na sequência do encerramento de urgências de ginecologia e obstetrícia de hospitais de vários pontos do país nos últimos dias, por dificuldades em assegurar escalas de médicos.
De acordo com Marta Temido, as vagas agora publicadas permitirão a "solução de alguns problemas" ao nível dos médicos do SNS, mas também o "início de projetos profissionais que sejam interessantes para quem os integra e úteis para o país".
A ministra da saúde garantiu ainda que o governo está "empenhado" em contrariar o "fenómeno da dependência" das unidades do SNS das empresas prestadoras de serviços na área médica, alegando que essa é "uma entorse que tem de ser corrigida".
Segundo a governante, a melhoria da capacidade formativa do país é essencial para dar resposta à falta de médicos em especialidades como ginecologia e obstetrícia, mas recrutar e formar especialistas no estrangeiro também está em cima da mesa.
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