Marcelo diz que SNS "é problema estrutural" e descarta demissão de Temido

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que a questão das urgências de obstetrícia e ginecologia deve ser esclarecida e resolvida para o futuro.

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© Pedro Fiúza/NurPhoto via Getty Images

Marta Ferreira
20/06/2022 18:34 ‧ 20/06/2022 por Marta Ferreira

País

SNS

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, assumiu esta segunda-feira que as questões relacionadas com as urgências de obstetrícia e ginecologia "são um problema específico no sector que, largamente, é antigo" e recorda que o mesmo aconteceu "antes da pandemia". 

O chefe de Estado considera que, perante o 'fim à vista' da pandemia, é necessário agora parar de "remendar" os problemas do SNS e fazer uma reflexão para os resolver de uma vez.

"Lembro-me de ter acontecido antes da pandemia. A única dúvida é como é que tendo acontecido anteriormente não houve previsão para isso e a discussão sobre o número de especialistas, se é suficiente, ou é um problema de arrumação ou gestão, e esse é um ponto que tem de ser esclarecido e resolvido para o futuro", frisou Marcelo considerando que a saúde tem um "problema estrutural" que não é de agora nem do último governo ou dos anteriores.  

É preciso fazer um balanço do SNS.O antigo professor catedrático afirma que "há problemas de fundo" e "é preciso fazer um balanço do SNS" que tem "enfrentado novas pressões", nomeadamente, com o envelhecimento da sociedade portuguesa. 

Marcelo afirma que é preciso analisar que solução poderemos encontrar para melhorar a saúde em Portugal refletindo sobre todas as problemáticas e aprendendo também com o que "pandemia nos ensinou".

Demissão de Temido? Marcelo descarta

O Presidente da República foi ainda confrontado com uma possível demissão da ministra da Saúde, Marta Temido, após o caos das últimas semanas. Marcelo descartou essa possibilidade considerando que a questão do SNS "é um problema global da política" que não se resolve trocando um ministro por outro.  

O chefe de Estado repetiu, por várias vezes, que "o problema não é da pessoa A, da pessoa B, ou da pessoa C" e "nem sequer de um Governo, deste ou de outros".

"O problema de fundo é estrutural. Se quiser é um bocadinho de haver políticas diferentes entre governos, isto exige uma certa estabilidade de políticas", defendeu.

Recorde-se que a ministra da Saúde, Marta Temido, apresentou esta quarta-feira as medidas a tomar para fazer frente à falta de médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) durante os meses de verão.

Em conferência de imprensa, a governante anunciou ainda a criação de uma comissão de acompanhamento da resposta em urgência de ginecologia/obstetrícia e bloco de partos. 

Leia Também: Pressão no SNS não se deve a "nenhum condicionamento financeiro"

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