Bolieiro defende conservação marinha nos Açores e admite compensações
O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, reiterou hoje uma "política estratégica" para a conservação da biodiversidade marinha, admitindo compensações às "eventuais perdas de rendimento" dos pescadores a "curto prazo".
© Facebook / José Manuel Bolieiro
País pescadores
"Teremos uma política estratégica de preservação e conservação [ambiental] e de compensação às eventuais perdas de rendimento a curto prazo, porque a nossa expectativa é que esse percurso é um percurso de valorização da nossa biodiversidade", declarou.
O líder do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) falava aos jornalistas após uma visita à lota de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.
Bolieiro disse querer promover um "desenvolvimento sustentável" da economia azul, assente "não na quantidade", mas na "qualidade e na excelência" e no "aumento do valor acrescentando".
O presidente do Governo Regional advogou que a aposta na "excelência" vai permitir a toda a fileira obter um "rendimento justo" das pescas e alcançar o "objetivo de preservação e conservação" da biodiversidade.
"Temos a certeza de que esse é o rumo e dele não tiraremos qualquer recuo. Antes um avanço concertado com o processo de participação com os 'stakeholders', diálogo e ajustadas compensações para mitigar o tempo de transição que isso implica", afirmou.
O social-democrata enalteceu os sistemas informáticos utilizados pela empresa pública Lotaçor, que considerou um "exemplo internacional" na utilização da tecnologia para a gestão das lotas.
Bolieiro disse ser um "desafio" aproveitar os fundos do programa operacional Mar 2030 para manter a "modernização e reforçar as capacidades humanas e tecnológicas" da empresa responsável pelas lotas do arquipélago.
A presidente da Lotaçor, Catarina de Lacerda Martins, realçou que o "sistema eletrónico de venda de pescado" utilizado na região é de "grande desenvolvimento", dando o exemplo da possibilidade de qualquer comprador adquirir pescado de Ponta Delgada remotamente, através do leilão 'online'.
"Já temos as vendas remotas 'online'. Pretendemos estender a outras lotas, para além da de Ponta Delgada. Temos um projeto em curso que é o leilão a bordo, que permitirá que os mestres das embarcações possam fazer contratos antes de chegarem a terra", afirmou.
Atualmente, o leilão 'online' está apenas disponível na lota de Ponta Delgada e representa 2% das vendas daquela lota, que transaciona cerca de 1200 caixas de pescado por dia.
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