Lisboa. "Desordem" registada no Consulado de Angola, um polícia ferido

O autocarro dos funcionários da Embaixada de Angola em Portugal foi apedrejado, segundo confirmou a PSP de Lisboa. A mesma força comunicou que um dos agentes ficou ferido.

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Notícias ao Minuto com Lusa
25/08/2022 10:28 ‧ 25/08/2022 por Notícias ao Minuto com Lusa

País

PSP

Um vídeo partilhado nas redes sociais mostra alguns distúrbios que ocorreram, na noite de quarta-feira, junto ao Consulado de Angola, na zona de Alcântara, Lisboa.

Ao Notícias ao Minuto, a Polícia de Segurança Pública (PSP) de Lisboa confirmou a existência de "alguma desordem" durante a madrugada. Durante os desacatos, um polícia foi ferido na cabeça e transportado para o hospital para tratamento. 

"Do arremesso dos objetos há a registar um polícia ferido na cabeça, o qual foi transportado ao hospital para tratamento, bem como danos em viaturas que ali se encontravam parqueadas", escreve o comunicado.

A mesma fonte explicou que foram ainda atiradas pedras contra o autocarro que transportava funcionários da Embaixada de Angola em Portugal.

As autoridades referem ainda que a polícia esteve presente enquanto decorria o ato eleitoral, mas que "ao fim do dia, e após o encerramento das urnas, por se manter um elevado número de pessoas no exterior, o dispositivo da PSP foi reforçado e manteve-se até à saída do edifício dos funcionários, delegados e demais intervenientes"

Estes responsáveis saíram por uma porta secundária para "evitar  uma escalada de tensão".

"Alguns dos manifestantes que entretanto se deslocaram para a artéria onde estava o autocarro adotaram um comportamento hostil, com arremesso de pedras e diversos objetos, tendo havido a necessidade por parte da PSP de efetuar uma vaga de dispersão com uso da força, para fazer cessar tais comportamentos e garantir a segurança dos delegados, dos polícias e a reposição da ordem pública", lê-se na nota.

As imagens mostram vários agentes da PSP envolvidos na situação. No vídeo, um dos eleitores diz que um dos agentes o atingiu com um taser, uma arma de choque.

Enquanto os polícias rodeiam o autocarro, ouve-se a mesma pessoa a referir a não publicação das atas com os resultados apurados, enquanto se afasta. "O pessoal do MPLA a fugirem com os nossos votos. Não publicam as atas em Lisboa. Estão a fugir", repete.

Primeiros resultados provisórios indicam que o MPLA venceu as eleições com 60,65%

As quintas eleições gerais em Angola perpetuaram a disputa entre os dois principais partidos do país, o MPLA (Governo) e a UNITA (oposição), que tentaram conquistar a maioria dos 220 lugares da Assembleia Nacional.

João Lourenço, atual Presidente, tenta um segundo mandato e tem como principal adversário Adalberto Costa Júnior. No total, concorreram oito formações políticas que tentaram conquistar o voto dos 14,4 milhões de eleitores.

O processo eleitoral, que tem cerca de 1.300 observadores nacionais e internacionais, foi criticado pela oposição, considerando-o pouco transparente.

Segundo a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) angolana, os primeiros resultados provisórios indicam que o MPLA venceu as eleições com 60,65%, seguindo-se a UNITA, com 33,85%, quando estão escrutinados 33,16% do total dos votos.

Por seu lado, a UNITA contraria estes números da CNE e reclama a vitória no escrutínio.

"Os nossos centros de escrutínio [dão] claros indicadores provisórios de tendência de vitória da UNITA em todas as províncias do no nosso país", afirmou Abel Chivukuvuku, o número dois das listas do partido, em conferência de imprensa.

[Notícia atualizada às 12h10]

Leia Também: Angola. Onde "não há observação, é mais fácil a manipulação”

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