Portugal e EUA reforçam apoio a Kyiv e combate à narrativa russa

O ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) português reforçou na quinta-feira a necessidade de apoio contínuo à Ucrânia e de se contrariar "narrativas enganadoras por parte da Rússia", numa reunião com autoridades norte-americanas em Washington.

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Lusa
16/09/2022 06:45 ‧ 16/09/2022 por Lusa

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Ucrânia/Rússia

João Gomes Cravinho reuniu-se na manhã de quinta-feira com o conselheiro de Segurança Nacional norte-americano, Jake Sullivan, para relembrar o apoio de Portugal à Ucrânia, assunto esse que esteve também em destaque no encontro que manteve à tarde no Departamento de Estado norte-americano, com o homólogo, Antony Blinken.

"Falámos, naturalmente, do panorama internacional, muito complexo, muito difícil que vivemos, no qual há uma grande convergência de pontos de vista entre a nossa política externa e a política externa americana, muito em particular em relação à invasão da Ucrânia pela Rússia e aquilo que é preciso fazer para continuar a apoiar a Ucrânia, para continuar a contrariar narrativas enganadoras por parte da Rússia, que ganham alguma atração em outras partes do mundo", disse o MNE aos jornalistas portugueses no final do encontro com Blinken.

"É muito importante que as nossas opiniões públicas tenham consciência de que algumas das dificuldades que estamos a viver atualmente no panorama económico são consequência direta da atividade ilegal e ilegítima por parte da Rússia e não algo que apareceu e que será culpa dos Governos dos vários países", acrescentou o governante.

Neste que foi o primeiro encontro bilateral entre Blinken e Cravinho, os líderes abordaram as consequências que a invasão da Ucrânia pela Rússia está a ter no mundo aos mais diversos níveis -- securitário, energético, alimentar, humanitário, entre outros.

Cravinho indicou que o tema não se ficará por Washington, continuando a ser abordado na próxima semana em Nova Iorque, durante as reuniões de alto nível da 77.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, que reunirão chefes de Governo e de Estado de todo o mundo.

"Será um tema dominante nas Nações Unidas, inevitavelmente. Afinal, temos um membro permanente do Conselho de Segurança que comete atrocidades contra a Carta das Nações Unidas. E, portanto, naturalmente que na Assembleia Geral haverá uma discussão muito intensa em torno desse tema", declarou.

"Tem sido muito interessante ouvir os pontos de vista de diferentes partes do mundo, da América Latina, do continente africano e da Ásia, que nem sempre coincidem com os nossos pontos de vista. Mas o relacionamento internacional é feito de diálogo e é feito de procura de compreender os pontos de vista dos outros. Portanto, Nova Iorque será um momento muito intenso exatamente nesse sentido", observou.

Além da guerra, o MNE português abordou ainda com Sulivan e Blinken questões relativas às relações entre os dois países, como iniciativas conjuntas no Atlântico.

"O Atlântico ganhou hoje uma nova relevância geoestratégica. Em tempos, o Atlântico foi pensado como dois atlânticos: o norte e o sul. Hoje em dia compreendemos que os principais problemas do Atlântico são do Atlântico e devem ser tratados pelos países da orla ribeirinha dos quatro quadrantes. Temos vindo a desenvolver algumas iniciativas nesse sentido", referiu.

De acordo com o chefe de diplomacia portuguesa, os Estados Unidos "mostram muito interesse em acompanhar essas iniciativas", informando que próprio secretário de Estado norte-americano presidirá na terça feira, em Nova Iorque, a uma reunião que junta os países do Atlântico.

Em declarações à imprensa, Cravinho avaliou que as relações entre Portugal e Estados Unidos só têm vindo a melhorar ano após ano.

"A verdade é que a nossa relação bilateral é muito, muito positiva. Não temos problemas, não temos dificuldades. Pelo contrário, é uma relação que tem vindo a crescer muito nos últimos tempos. Todos os números o atestam: números do investimento americano, números do investimento português nos Estados Unidos, a parte do turismo. Há uma intensidade muito positiva neste relacionamento bilateral", advogou.

No final do encontro, o gabinete de Blinken fez circular uma transcrissão dos cumprimentos iniciais entre os dois governantes, com o secretário de Estado a referir-se a Portugal como o "mais próximo dos Aliados da NATO".

Na agenda de dois dias em Washington, que se prolongará até esta sexta-feira, o ministro reuniu-se ainda com alguns dos membros luso-descendentes eleitos para o Congresso norte-americano, e ainda com membros da comunidade portuguesa na embaixada de Portugal, para além de um encontro com peritos da Eurásia, África e América Latina no 'Atlantic Council'.

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