Utentes em protesto contra encerramento de obstetrícia no Barreiro
As comissões de utentes do Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete, no distrito de Setúbal, realizam na terça-feira uma ação de protesto contra um eventual encerramento da maternidade no Barreiro.
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País SNS
A iniciativa destas comissões do chamado Arco Ribeirinho está prevista para a tarde de terça-feira junto às instalações do Centro Hospitalar Barreiro-Montijo (CHBM), no Barreiro.
O Expresso 'online' divulgou na terça-feira que a Comissão de Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia, Obstetrícia e Bloco de Partos propôs ao Governo o fecho do atendimento SOS em dois hospitais da Grande Lisboa e dois na área geográfica da administração regional de saúde do Centro: as urgências obstétricas de Vila Franca de Xira, Barreiro, Covilhã e Castelo Branco.
"A serem verdade, as notícias veiculadas na comunicação social sobre o encerramento do Serviço de Obstetrícia no CHBM deixou as comissões de utentes do Arco Ribeirinho preocupadas", referem em comunicado.
Antonieta Bodziony, da comissão de utentes do Barreiro, explicou em declarações à agência Lusa que há já algum tempo que tem havido encerramentos de valências na zona destes concelhos, penalizando as populações.
"São quatro concelhos que precisam desta valência até para o seu desenvolvimento", disse.
Segundo as comissões de utentes, esse encerramento obrigará à deslocação das grávidas para outros hospitais mais distantes, quando existe um CHBM que deve servir para essa função, sem colocar em risco as mães e os seus bebés.
Para os utentes, um eventual encerramento prejudica o serviço público de saúde necessário para a população, numa valência tão necessária ao futuro e progresso da sociedade, num hospital de referência.
Na sexta-feira, o presidente da Câmara Municipal da Moita (PS) disse, em declarações à agência Lusa, que pediu, juntamente com os autarcas do Barreiro, Montijo e Alcochete, uma audiência ao ministro da Saúde para manifestar a importância para as populações da existência da maternidade no Barreiro.
"Todos reconhecemos a importância destes serviços e tudo faremos para que permaneçam abertos e é isso que significa o pedido da reunião. Queremos estar do lado da solução, mas importa sensibilizar quem decide para a importância do equipamento, porque uma análise fria dos números não permite este conhecimento", disse em declarações à agência Lusa.
No mesmo dia, o ministro da Saúde, Miguel Pizarro, disse que as decisões sobre o eventual encerramento de maternidades serão anunciadas "daqui a alguns meses" e terão "toda a sustentação técnica".
"Nós recebemos um relatório preliminar que exige uma visita cuidadosa a cada instituição, um diálogo com os profissionais, um diálogo com as instituições, desde logo com a Ordem dos Médicos. Estamos num trabalho preliminar e daqui a alguns meses anunciaremos as nossas decisões", disse o ministro aos jornalistas, à margem do 13.º Encontro Nacional das Unidades de Saúde Familiar.
Na quinta-feira, Pizarro já tinha referido, em Lisboa, que o Governo não irá fechar nenhum serviço de obstetrícia e blocos de partos nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde até ao final do ano, decisão que só será tomada no inicio de 2023.
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