O Presidente da República reagiu, este sábado, ao anúncio da saída de Jerónimo de Sousa da liderança do Partido Comunista Português (PCP), anunciada hoje.
"Conheço o secretário-geral cessante do PCP há 50 anos. Fomos os dois constituintes - ele pelo Partido Comunista Português e eu pelo Partido Popular Democrático, hoje Partido Social Democrata. Lembro-me dele na bancada do PCP, muito jovem. Éramos dos últimos remanescentes desse tempo da constituinte, e o que é facto é que mantive sempre com o secretário-geral do PCP uma cooperação institucional e ele manteve sempre uma cooperação institucional com o Presidente da República".
Em declarações aos jornalistas, em Cascais, Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda que esta cooperação se manteve "independentemente de concordância e discordâncias, como aconteceu na votação do penúltimo orçamento de Estado, que determinou a dissolução do Parlamento".
"Foi sempre de uma cortesia institucional, de uma cooperação muito rigorosa, e desejo felicidades aos seus substitutos", rematou, acrescentando que recorda "vagamente" ter acompanhado Paulo Raimundo, que será o novo secretário-geral dos comunistas, ainda no último mandato de Carlos Carvalhas, antecessor de Jerónimo.
Marcelo não comentou a escolha de Paulo Raimundo para a liderança do partido comunista, e sublinhou: "É uma escolha partidária, como em qualquer outro partido".
O PCP anunciou, este sábado, a saída do secretário-geral cessante, Jerónimo de Sousa, assim como informou sobre o seu substituto, Paulo Raimundo.
"Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral do PCP, no prosseguimento de uma avaliação própria, refletindo sobre a sua situação de saúde e as exigências correspondentes às responsabilidades que assume, colocou a questão da sua substituição nas funções que desempenha", lê-se num comunicado divulgado pelo partido.
O Comité Central do PCP vai reunir-se no próximo sábado, 12 de novembro, após o primeiro dia da Conferência Nacional, “em que será feita a proposta da eleição de Paulo Raimundo para Secretário-Geral do PCP”.
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