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Fármacos em falta? "Não há nenhum que não tenha alternativa disponível"

Infarmed reconheceu, ao Notícias ao Minuto, "situações pontuais na disponibilização da terapêutica aos utentes".

Fármacos em falta? "Não há nenhum que não tenha alternativa disponível"
Notícias ao Minuto

08:02 - 16/11/22 por Ema Gil Pires

País Medicamentos

Depois de terem sido reportados vários casos de escassez de medicamentos nas farmácias portuguesas, o Infarmed veio agora garantir que, "neste momento, não há nenhum medicamento em rutura em Portugal que não tenha alternativa disponível".

O comentário foi prestado no seguimento de um pedido de esclarecimento formulado pelo Notícias ao Minuto, com a autoridade a indicar que para os "medicamentos que se encontrem em situação de interrupção de abastecimento" existem "alternativas terapêuticas". Existe, ainda, a possibilidade de tais medicamentos serem disponibilizados "através de autorização de utilização excecional" - que, nas palavras do Infarmed, se trata de "uma das formas de resolução de problemas de abastecimento".

A mesma fonte explicou ainda que se têm ainda registado "alguma limitação na disponibilidade de uma determinada apresentação" de certos fármacos - ainda que existam "outras que, na realidade, obviam à falta do medicamento".

"Se estiver apenas disponível a dosagem de 20 mg esta pode colmatar a eventual falta da de 40 mg"

E exemplificou: "se estiver indisponível a apresentação de um dado medicamento na dosagem de 20 mg mas estiver disponível a dosagem de 40 mg e o comprimido for divisível, poderá ser alterada a prescrição e o utente fará a toma de acordo com a indicação do seu médico e farmacêutico". O Infarmed referiu ainda que o "mesmo sucede na situação inversa, em que se estiver apenas disponível a dosagem de 20 mg esta pode colmatar a eventual falta da de 40 mg".

Fazendo referência àquilo que diz serem "situações pontuais na disponibilização da terapêutica aos utentes", o Infarmed ressalvou ainda que as "causas dessas perturbações multifatoriais e globais", envolvendo "diferentes participantes da cadeia de fornecimento que, por si só, é complexa e cuja eficiência depende dos diversos intervenientes".

O esclarecimento surge depois de terem vindo a ser reportados, na imprensa nacional, diversos casos de falta de medicamentos nas farmácias portuguesas, sobretudo para a hipertensão e a diabetes, mas também de ansiolíticos e de antidepressivos.

Um dos fármacos que tem escasseado no mercado nacional, como o Notícias ao Minuto já tinha avançado, é o Inderal, indicado para controlar, sobretudo, a hipertensão. De acordo com o Infarmed, este medicamento encontra-se, efetivamente, em rutura, embora tenha sido concedida uma autorização "excecional" para a comercialização do medicamento equivalente "com rotulagem em língua espanhola".

Algo de semelhante tem acontecido com o Ozempic, avança a CNN Portugal, medicamento indicado para o tratamento da diabetes, que está também em falta. Neste caso em concreto, a Autoridade Nacional do Medicamento assegurou que existem "alternativas terapêuticas disponíveis no mercado" - numa altura em que o fármaco "atravessa um período de grande procura a nível mundial" e tem sido alvo de "escassez em toda a União Europeia".

Recorde-se que, na terça-feira, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, tinha feito questão de ressalvar, em declarações à agência Lusa, que "todos os medicamentos essenciais estão ao dispor dos doentes nas farmácias portuguesas". Porém, reconheceu a existência de um problema de falta de fármacos, que se tem registado "um pouco por toda a Europa", destacou.

Perante este cenário, o Infarmed garantiu ainda ter uma "equipa dedicada exclusivamente à monitorização destas situações" de escassez. A mesma "continuará a supervisionar o mercado nacional de medicamentos, para que os doentes não sejam privados dos seus tratamentos e possam aceder aos medicamentos de que realmente necessitam", explicou a mesma fonte, contactada pelo Notícias ao Minuto.

Leia Também: "Medicamentos essenciais estão ao dispor dos doentes nas farmácias"

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