À margem da celebração do centenário do nascimento de José Saramago, que esta quarta-feira se marca, o primeiro-ministro, António Costa, falou de um outro livro (e de uma polémica): a obra de Carlos Costa, o ex-governador do Banco de Portugal.
Perante os jornalistas, o líder do Executivo começou por considerar que o aniversário do Nobel da Literatura português "é o pior dia para se falar num livro em que cada página que se vai conhecendo se percebe que é um conjunto de mentiras, meias verdades e deturpações".
Nas palavras de António Costa, Carlos Costa "entendeu que devia montar uma operação política" de "ataque ao caráter", "ofensa à honra, honorabilidade".
"Estou há anos suficientes na vida pública para não admitir que quem quer que seja [...] minta a meu respeito"
Contudo, adiantou, "também estou no direito de defender o que cada pessoa tem de mais importante, que é o seu bom nome". "Estou há anos suficientes na vida pública para não admitir que quem quer que seja, lá porque tenha sido governador do Banco de Portugal, minta a meu respeito, dos meus atos e as minhas intenções", fez questão de vincar.
António Costa assegurou que a "história esclarecerá tudo", e que a honra, "que antigamente se levava em duelos", será agora reposta com recurso aos tribunais.
Em nova crítica ao livro 'O Governador', da autoria do jornalista Luís Rosa sobre o mandato de Carlos Costa enquanto governador do Banco de Portugal, o primeiro-ministro apontou que, cada página que vai conhecendo desse livro só justifica a sua decisão de recorrer aos tribunais.
"O doutor Manuel Magalhães e Silva representar-me-á pelos meios legais adequados para a defesa do meu bom nome, da minha honra e da minha consideração", acrescentou.
[Notícia atualizada às 13h32]
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