Defesa quer ensino superior militar e universidades civis mais perto

A ministra da Defesa Nacional defendeu hoje a necessidade de uma maior aproximação entre o Instituto Universitário Militar e as instituições civis de ensino superior, considerando que o reforço dessas relações traria "mais-valias" para a sociedade portuguesa.

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Lusa
07/12/2022 17:31 ‧ 07/12/2022 por Lusa

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Ensino Superior

Discursando na cerimónia solene de abertura do ano letivo 2022/2023 do Instituto Universitário Militar (IUM), que decorreu hoje em Lisboa, Helena Carreiras salientou que, no que se refere ao ensino superior militar, "a prioridade é clara".

"Consiste em valorizar aquilo que de melhor se faz, se pensa e se produz neste contexto, potenciando áreas do conhecimento de elevada importância e interesse para a Defesa Nacional", sustentou.

Para a governante, a valorização do ensino superior militar "requer um esforço multifacetado, que deve passar pela densificação das relações entre várias academias, mas também com as restantes instituições de ensino superior", tanto em Portugal como no estrangeiro.

"A aposta continuada no reforço dessas ligações permitirá que sejam desenvolvidas mais-valias para quem aqui ensina, para quem aqui aprende e para a sociedade portuguesa no seu todo", defendeu.

Helena Carreiras vincou ainda que a aproximação entre o IUM e as instituições universitárias civis "deve ser vista como uma condição necessária para o salto qualitativo que é exigido da Defesa Nacional em geral, e do ensino superior militar, em particular".

"Os vínculos de permanente diálogo e interação que se desejam entre as diferentes unidades orgânicas do IUM e entre este e as universidades e centros de investigação civis são essenciais para atender aos desafios com que as Forças Armadas e a GNR se confrontam", sublinhou.

A ministra da Defesa acrescentou também que "uma colaboração mais regular e mais intensa com outras instituições de ensino superior poderá, por sua vez, contribuir para qualificar ainda mais o próprio quadro docente do IUM".

"Os recursos humanos disponíveis noutras instituições, com extensa formação e provas dadas em matérias comuns, poderão ser particularmente úteis para reforçar áreas de interesse dos diferentes cursos do IUM", referiu.

Além desta aproximação às instituições civis de ensino superior, Helena Carreiras sublinhou a necessidade de haver também uma relação "mais densa com as organizações da sociedade civil e o tecido empresarial".

"O IUM e as suas unidades orgânicas devem manter capacidade de iniciativa para aprofundar pontes com o setor industrial nacional e assim estimular, de forma orgânica e regular, as principais áreas de desenvolvimento que irão marcar as próximas décadas", considerou.

Na ótica da governante, esta interação aprofundada com o setor industrial "pode e deve passar por aproveitar plenamente as oportunidades de financiamento de projetos da União Europeia e da NATO, mas também das entidades científicas nacionais, e por explorar novas parcerias" com a Base Tecnológica e Industrial de Defesa.

Nesta cerimónia, em que também marcou presença o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), almirante António Silva Ribeiro, a ministra da Defesa salientou ainda o "significativo papel" que o IUM tem desenvolvido no "fortalecimento dos laços com os países da CPLP".

"É da maior importância que esse trabalho seja potenciado e reforçado nos próximos anos, sinalizando o compromisso de longo prazo de Portugal com a formação de quadros destes países", sublinhou.

Dirigindo-se à plateia de estudantes militares que a escutavam, Helena Carreiras sublinhou que "a abertura de um novo ano letivo representa um momento de renovação das instituições de ensino".

"Representa também um momento singular para a reafirmação do compromisso inabalável de Portugal para com os elevados níveis de formação e investigação que respaldam a ação dos nossos e das nossas oficiais superiores e oficiais generais", sublinhou.

Após esta cerimónia, Helena Carreiras não fez quaisquer declarações aos jornalistas, numa altura em que, na segunda-feira, uma operação da Polícia Judiciária, que envolveu o Ministério da Defesa Nacional, resultou na detenção de cinco de um total de 19 arguidos, entre os quais três altos quadros da Defesa.

Leia Também: Portugal e Roménia debatem cooperação entre indústrias de Defesa

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