Marcelo defende Costa, Medina e Pedro Nuno Santos no caso Alexandra Reis

O Presidente da República acabou por defender o apuramento dos factos, mas também se colocou do lado de Costa, Medina e Pedro Nuno Santos, que têm sido instados pela oposição - e não só. Marcelo acabou, ainda, por ser confrontado por um popular, mas sobre os incêndios.

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Marta Amorim
27/12/2022 13:04 ‧ 27/12/2022 por Marta Amorim

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Alexandra Reis

Questionado sobre o caso TAP e a indemnização que foi atribuída a Alexandra Reis, Marcelo diz que há um apuramento a ser feito depois do pedido de despacho, achando "prematuro" comentar uma possível saída da secretária de Estado. Uma afirmação nesse sentido, disse o chefe de Estado, seria "por o carro à frente dos bois". "Isso vê-se a seguir", acrescentou.

O Presidente da República acabou por defender o apuramento dos factos, mas também se colocou do lado de Costa, Medina e Pedro Nuno Santos, que têm sido instados pela oposição - e não só - a darem explicações aos portugueses. 

"Não foi o Presidente da República que assinou o acordo, não foi o primeiro-ministro que assinou o acordo, não foram os ministros que assinaram o acordo. Vamos ver o que é que se passou", disse Marcelo esta terça-feira.

"O ministro das Finanças não tinha nada que ver com o acordo dos transportes aéreos", começa por dizer, quando questionado por jornalistas sobre se Fernando Medina e Pedro Nuno Santos não deveriam conhecer acordo. 

"O ministro das Finanças aparece [implicado no caso] porque tem uma colaboradora que uns tempos mais tarde é designada para o apoiar no Governo, o Ministro das Infraestruturas acompanha e tutela aquela empresa... Agora, quer isso dizer que sabe os pormenores dos acordos que respeitam todas as situações?", terminou. 

"Quero perceber os contornos, há uma questão de direito e uma outra política. Vamos tentar perceber um para perceber o outro", disse Marcelo, asseverando que "os portugueses esperam pelo esclarecimento".

Na segunda-feira, o ministro das Finanças, Fernando Medina, e Pedro Nuno Santos emitiram um despacho onde pedem à administração da TAP "informações sobre o enquadramento jurídico do acordo" celebrado com a secretária de Estado Alexandra Reis, incluindo acerca da indemnização paga.

No mesmo dia, em declaração escrita enviada à Lusa, na segunda-feira, Alexandra Reis disse que nunca aceitou, e devolveria "de imediato" caso lhe tivesse sido paga, qualquer quantia que acreditasse não estar no "estrito cumprimento da lei" na saída da TAP.

Alexandra Reis disse que o acordo de cessação de funções "como administradora das empresas do universo TAP" e a revogação do seu "contrato de trabalho com a TAP S.A., ambas solicitadas pela TAP, bem como a sua comunicação pública, foi acordado entre as equipas jurídicas de ambas as partes, mandatadas para garantirem a adoção das melhores práticas e o estrito cumprimento de todos os preceitos legais".

Alexandra Reis, que tomou posse como secretária de Estado do Tesouro na última remodelação do Governo, ingressou na TAP em setembro de 2017 e três anos depois foi nomeada administradora da companhia aérea.

A agora governante renunciou ao cargo em fevereiro e, em junho, foi nomeada pelo Governo para a presidência da Navegação Aérea de Portugal (NAV).

"O senhor fala muito bem, é muito educado, mas não faz nada!"

Na mesma manhã, durante a visita às áreas afetadas pelos incêndios no concelho de Murça, um cidadão, emigrante, dirigiu-se ao chefe de Estado e criticou que o problema dos fogos se repita de ano para ano, sem que nada seja feito. 

"O que andou a fazer o PS e o PSD? E o senhor, ao tempo que lá está, o que fez? O senhor fala muito bem, é muito educado, mas não faz nada!", exclamou o popular.

Marcelo reagiu, mais tarde, indicando que "a democracia é isto", e asseverando que tentou explicar a quem o abordou que "todos estamos conscientes que há coisas que não correram bem" no que toca aos incêndios. 

Leia Também: Costa "tem de ponderar se Alexandra Reis mantém condições para exercer"

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