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Novos números na Carris criam uma "saga" e "confusão" na margem norte

O ano novo prometia novidades no serviço de autocarros na Grande Lisboa, mas o primeiro impacto da Carris Metropolitana é de confusão, com os passageiros envolvidos numa "saga" para saber os novos números das carreiras.

Novos números na Carris criam uma "saga" e "confusão" na margem norte
Notícias ao Minuto

16:18 - 02/01/23 por Lusa

País Carris Metropolitana

Como descreveu Valquíria Aquino, que esperava um autocarro no terminal do Campo Grande, em Lisboa, começou "a saga de procurar os números", sendo esta a principal dúvida dos utilizadores de transportes públicos ouvidos pela agência Lusa esta manhã.

"Hoje está uma confusão", explicou Valquíria, que costuma frequentar o terminal do Campo Grande, de onde partem autocarros para os concelhos de Mafra, Loures e outros pontos da região Oeste.

Os autocarros da Carris Metropolitana começaram a circular pelos concelhos da margem norte do Tejo no domingo e a Lusa foi hoje ver como está a decorrer o serviço.

O novo sistema de numeração da Carris Metropolitana tem quatro dígitos e, antes do dia 01 de janeiro, as carreiras tinham três.

No entanto, esta manhã ainda circulavam vários autocarros com os números antigos, porque os letreiros que indicam os números e o destino das carreiras ainda "não estão programados", explicou um motorista à Lusa.

A impaciência tomou conta de algumas pessoas, que se estão a habituar à nova disposição das paragens no terminal e aos novos números das carreiras.

"Antigamente tinham os destinos nas placas das paragens", lembra uma mulher presente no terminal, apontando, de forma indignada, para as novas placas colocadas no Campo Grande e que já não informam a paragem final, mas apenas os números.

Como algumas linhas também não têm informação afixada nas paragens, os utilizadores dirigem-se aos motoristas, mas nem todos conseguem ajudar.

"Coitados, eles não têm culpa", comentou outra mulher no terminal, enquanto Valquíria disse que hoje foi ajudada por um "motorista muito querido", embora "normalmente" não sejam assim.

"As pessoas têm de ser um bocadinho mais pacientes", aconselhou António Rodrigues, outro passageiro que aguardava a chegada do autocarro.

A "saga" repete-se em Odivelas, nas paragens localizadas juntas à estação local do Metropolitano de Lisboa.

Francisca Azenha, moradora na Serra da Luz, e Ernesto Silva, que reside no Jardim da Amoreira, usam diariamente transportes públicos e esperavam estas mudanças, mas também se mostram confusos com os novos números dos autocarros amarelos.

"Ainda não fixei os números, são totalmente diferentes", afirmou Francisca, que, tal como Ernesto, consultou os horários antes de sair de casa.

No entanto, Ernesto Silva referiu que "nem todas as carreiras têm horários disponíveis" na internet e nas paragens, recordando que, no dia 01 de janeiro, primeiro dia da Carris Metropolitana no distrito de Lisboa, não conseguiu apanhar nenhum autocarro.

"Ontem [domingo] tive de vir a pé do Jardim da Amoreira até ao metro [de Odivelas]. Foram 37 minutos", lembrando ainda que, na paragem junto à sua casa, passam seis linhas de autocarro.

A Carris Metropolitana, a nova marca de autocarros gerida pela empresa pública Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML) que pretende uniformizar os transportes rodoviários de passageiros em toda a Área Metropolitana de Lisboa (AML), começou no verão de 2022 nos concelhos do distrito de Setúbal.

O início das operações ficou marcado por falhas no funcionamento das linhas e pela falta de viaturas e de motoristas, razões que levaram a TML a adiar para janeiro de 2023 o arranque da Carris Metropolitana na margem norte do Tejo.

Hoje foi o segundo dia desta marca no distrito de Lisboa, em que a Viação Alvorada (que funde a Vimeca e a Scotturb) trabalha em Oeiras, Sintra e Amadora, e a Rodoviária de Lisboa, juntamente com outras empresas do Grupo Barraqueiro, como a Santo António, a Mafrense ou a Isidoro Duarte, junta os serviços em Odivelas, Loures, Mafra e Vila Franca de Xira.

Cascais e Lisboa mantêm os operadores municipais (a Mobi Cascais e a Carris, respetivamente), embora a Carris Metropolitana realize ligações intermunicipais com estes concelhos.

Expandida agora ao distrito de Lisboa, a TML afirma que, "para já", na Área Metropolitana de Lisboa, existem "mais de 20 mil horários / circulações num dia útil", um valor que representa "mais 20% do que os horários do serviço anterior à Carris Metropolitana".

No total, a empresa assinala um total superior a 700 linhas, em que cerca de 13% são novas, operadas por cerca de 3.000 motoristas.

Entre as carreiras que mantêm horários praticamente iguais e as linhas novas criadas, os dois moradores entrevistados pela Lusa, em Odivelas, esperam que a nova oferta resolva a sobrelotação dos autocarros.

"O espaço entre carreiras devia ser de 10 ou 15 minutos", sugere Ernesto Silva, lembrando que, na hora de ponta da manhã, os veículos costumam vir "cheios".

O mesmo aponta Francisca Azenha: "Na minha zona, costumam vir super lotados e, antigamente, conseguia estar mais de meia hora à espera de autocarro. Espero que melhore".

Esta será uma semana de habituação à nova "cara" dos autocarros, que agora incluem dois validadores de bilhetes e passes à entrada, portas USB para carregamento de dispositivos móveis e rede 'wi-fi', além de serem veículos "com uma idade média que não ultrapassa um ano e meio", como apontou à Lusa, em maio, a presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa e também autarca da Amadora, Carla Tavares.

Leia Também: Carris Metropolitana promete mais 20% de horários em autocarros na AML

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