O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, entrou em direto, este domingo, no Jornal da Noite da SIC, para comentar o momento que se vive em Brasília, no Brasil, onde apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram (e destruíram) o Congresso, o Supremo e o Palácio do Planalto. O chefe de Estado português ainda não falou com o seu homólogo brasileiro, mas fez questão de deixar clara "a posição portuguesa".
"É de repúdio por estes atos inconstitucionais e ilegais a que todos assistimos", sublinhou, demonstrando, por outro lado "solidariedade total relativamente à legitimidade democrática atribuída pelo povo brasileiro".
"Estamos perante factos inadmissíveis e intoleráveis em Democracia e Portugal, todo ele - o Governo já o fez, em conjugação com o Presidente da República - testemunha aquilo que é a posição do país, tenho a certeza que será a posição da CPLP e da União Europeia, relativamente a um poder legitimamente investido e que, como tal, deve ser reconhecido", asseverou ainda.
Nas palavras de Marcelo Rebelo de Sousa, o "mandato" no Brasil - de Lula da Silva - "iniciou-se, com legitimidade democrática, e todos os atos que venham a ter carácter inconstitucional e ilegal são inaceitáveis". "E é bom que fique claro".
Manifestantes radicais que estão às portas do Palácio do Planalto em Brasília, onde apoiantes de Jair Bolsonaro invadiram a Esplanada dos Ministérios, disseram à Lusa que querem "tomar os três poderes" para "salvar o Brasil do comunismo". "O nosso objetivo é tomar os três poderes, as sedes do executivo, o legislativo e o judiciário", contou Alexander, um jovem de 27 anos residente numa zona periférica de Brasília.
De recordar que centenas de apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram hoje o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF), sedes do poder legislativo, executivo e judiciário, numa manifestação em que pedem uma intervenção militar para derrubar o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma semana após a sua tomada de posse.
Os manifestantes avançaram e furaram as barreiras montadas pela polícia, com imagens dos invasores dentro do salão verde do Congresso, dentro e fora do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF), a serem divulgadas nas redes sociais.
[Notícia atualizada às 20h32]
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