Em declarações à agência Lusa em Castro Verde, no distrito de Beja, Ana Abrunhosa disse ser necessário "tudo fazer" para que casos como o da agressão a um nepalês em Olhão ou do incêndio que provocou a morte a duas pessoas na Mouraria, em Lisboa, não se repitam.
"Isso é inaceitável e todos temos que trabalhar para que não se repitam estas situações de indignidade", frisou a governante, à margem da cerimónia de inauguração de duas residências autónomas para pessoas com deficiência.
Na opinião de Ana Abrunhosa, acolher bem os imigrantes em Portugal "é uma responsabilidade de todos", por ser "a única forma" destas pessoas "se fixarem, terem as suas famílias e escolherem este país para viverem e trabalharem".
A ministra da Coesão Territorial lembrou que Portugal está a perder população ativa e que, "para continuar a crescer e concretizar os projetos de investimento que tem, precisa de imigrantes".
"E [para isso] temos de acolher condignamente esses imigrantes, voltando a referir que o que aconteceu é inadmissível, não se pode repetir e envergonha-nos enquanto cidadãos e governantes", reforçou.
Um grupo de jovens agrediu um imigrante nepalês em 25 de janeiro, tendo o caso sido conhecido após a partilha de um vídeo nas redes sociais, onde o imigrante surge caído no chão, em posição defensiva, a tentar proteger-se de pontapés, murros e pauladas desferidos pelos agressores, cujos rostos não são bem visíveis, por estarem com capuzes.
As agressões ao imigrante estão a ser investigadas pela PSP e o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, disse no sábado que foi identificado "um núcleo de pessoas que estavam nesse grupo que agrediu de forma bárbara" o cidadão, adiantando que a polícia está a realizar diligências em conjunto com o Ministério Público para reunir informação que permita responsabilizar os autores da agressão.
A investigação está também a tentar determinar quantos elementos compunham o grupo e qual o envolvimento de cada um deles nos crimes cometidos.
Na noite de sábado, um incêndio deflagrou num prédio no bairro lisboeta da Mouraria, provocando dois mortos, de nacionalidade indiana, e 14 feridos, todos já com alta hospitalar.
O incêndio no edifício, habitado essencialmente por cidadãos indianos, afetou 25 pessoas, 24 residentes e um não residente, deixando 22 desalojados, além da morte de dois cidadãos indianos, um dos quais um jovem de 14 anos.
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