Elvira Fortunato elogiou os avanços nas decisões políticas que são tomadas atualmente pelo Governo, considerando que cada vez as decisões são feitas com base em evidência científica, e garantiu que não tem "razão de queixa por parte do ministro das Finanças".
No programa 'Grande Entrevista', da RTP 3, a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior congratulou-se por ter sido nomeada para o executivo de António Costa como independente.
"É com muito orgulho que aqui estou, e acho que até fui escolhida exatamente pelo meu percurso científico e académico, e não pela minha filiação partidária", disse.
Questionada sobre nomeações políticas em cargos científicos, Elvira Fortunato garantiu que, no que à sua tutela diz respeito, "todas as nomeações que foram feitas, foram feitas tendo por base o currículo científico e académico das pessoas", deixando claro que, em certos cargos científicos, "o partido tem de ficar um bocadinho de lado".
A ministra, que foi nomeada para o Governo após as legislativas de 2022, sucedendo a Manuel Heitor, apontou que "cada vez mais, hoje em dia, os decisores políticos têm por base a evidência, em muitos casos a evidência científica". E admite que vê paralelismos entre o Governo e um laboratório ou um local de investigação.
"Há mais paralelismos do que aqueles que podemos imaginar. Na área em que trabalho, na área científica, aquilo que nós fazemos é tentar arranjar soluções para problemas que existem, desde os materiais à sustentabilidade. No fundo, ter uma sociedade melhor. Na área política, também é um bocadinho assim, tentarmos sempre que possível resolver os problemas que a sociedade tem, para termos um país, quer na área da ciência, quer no Ensino Superior", defendeu.
Em janeiro, a ministra foi alvo de algumas críticas devido às declarações que fez sobre o financiamento para investigadores no Ensino Superior e fora da academia, quando "desafiou" os portugueses a procurar investimento.
Elvira Fortunato disse que "é indiscutível" que a ciência e a tecnologia precisam de mais financiamento, mas deixou claro que não há reclamações a endereçar a Fernando Medina.
"Até à data, não tenho razão de queixa por parte do ministro das Finanças. Ainda no ano passado, saímos de uma pandemia, vivemos uma guerra, temos inflação, quer na parte da investigação, quer no ensino superior. Houve que reforçar as universidades e os institutos politécnicos, houve que garantir o aumento da bolsa dos bolseiros no ensino superior. Isso foi tudo feito e, até à data, está a correr muito bem", afirmou a governante.
Ao longo da entrevista, Elvira Fortunato esclareceu também algumas dúvidas sobre o novo modelo de acesso ao Ensino Superior e, sobre o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), acrescentou ainda que "no âmbito das agendas mobilizadores, as empresas vão empregar doutorados", de forma a reter mais investigadores com um maior currículo.
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