"Acreditamos que vamos conseguir materializar", disse a arquiteta Joana Barros acerca da ciclovia no troço poente da Avenida da Boavista, numa sessão de esclarecimento 'online' sobre o 'metrobus' realizada juntamente com a União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, no Porto.
Em causa está um "esforço de implementação da ciclovia na extensão a Matosinhos, na ligação do Parque da Cidade à marginal e na ligação do Parque da Cidade à ciclovia existente junto ao [liceu] Garcia de Orta, que depois liga também ao Parque da Pasteleira", segundo Joana Barros.
Atualmente, existe uma ciclovia no centro da Avenida da Boavista entre a zona da Fonte da Moura e o Castelo do Queijo, uma zona ainda não intervencionada no âmbito das obras do 'metrobus'.
As obras do 'metrobus', um serviço de autocarros a hidrogénio que circulará em canal dedicado na Avenida da Boavista e em conjunto com o restante tráfego na Marechal Gomes da Costa, projeto de 66 milhões de euros totalmente financiado a fundo perdido pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), arrancaram no final de janeiro.
O serviço do metrobus ligará a Casa da Música à Praça do Império em 12 minutos e à rotunda da Anémona em 17, estando o final das obras previsto para junho de 2024.
A arquiteta da Metro do Porto disse ainda que havia a intenção de implementar uma ciclovia no remanescente da Avenida da Boavista, mas não foi "possível, fisicamente, acrescentar mais área" à largura da avenida.
No entanto, em detrimento da ciclovia, manteve-se "o passeio pedonal com largura suficiente, a caldeira das árvores com largura regulamentar, os lugares de estacionamento ou de estacionamento de modos suaves, ou de cargas e descargas, as duas faixas de rodagem em cada sentido, mais o canal BRT ['Bus Rapid Transit', vulgo 'metrobus'] e o alargamento que as estações provocam".
"Portanto temos esse constrangimento nessa primeira metade da Avenida da Boavista", disse, referindo-se ao troço entre a Casa da Música e a Avenida Marechal Gomes da Costa, já em intervenção.
Joana Barros ressalvou ainda que "o Plano Diretor Municipal (PDM) da Câmara do Porto não prevê ciclovia nesse troço da Avenida da Boavista".
Já quanto ao transporte de bicicletas no novo meio de transporte, o Diretor de Comunicação da Metro do Porto, Jorge Afonso Morgado, referiu que a ideia "é que seja possível transportar equipamentos como bicicletas, pranchas de surf, skates, trotinetes elétricas" no novo autocarro a hidrogénio que servirá a Foz e a praia de Matosinhos.
No entanto, ressalvou que "é algo que não está ainda claramente definido", apesar de existir a intenção de fazer com que o 'metrobus' tenha um "serviço igual ou idêntico" ao do Metro do Porto.
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