"Os atos de indisciplina são intoleráveis nas Forças Armadas"

A ministra da Defesa comentou o caso dos 13 militares que recusaram embarcar no NRP Mondego e frisou que os "atos de indisciplina" colocam "em causa a coesão e a segurança de todos".

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© Dursun Aydemir/Anadolu Agency via Getty Images

Márcia Guímaro Rodrigues
20/03/2023 18:11 ‧ 20/03/2023 por Márcia Guímaro Rodrigues

País

Ministra da Defesa

A ministra da Defesa, Helena Carreiras, comentou, esta segunda-feira, o caso de 13 militares que se recusaram a embarcar no NRP (Navio da República Portuguesa) Mondego por razões de segurança e afirmou que “os atos de indisciplina são intoleráveis nas Forças Armadas”.

Questionada sobre os 13 militares, numa conferência de imprensa com o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, em Bruxelas, a ministra lembrou que já se pronunciou sobre o caso na altura em que foi divulgado e que estão “a ser realizados os processos de averiguações e de investigação”.

Os atos de indisciplina são intoleráveis nas Forças Armadas. Põem em causa a coesão. Põem em causa a segurança de todos e, portanto, também põem em causa o próprio país, a nossa segurança coletiva”, afirmou.

“Há um conjunto de procedimentos, há entidades competentes para aplicar esses procedimentos e é isso que está a acontecer”, disse ainda, quando questionada sobre as alegações da defesa dos militares de que "há indícios de prova que foram apagados" pela Marinha.

“A Marinha está a agir, o Ministério Público está a agir e eu continuo a acompanhar com muita atenção e a esperar os resultados desses processos”, acrescentou, recusando comentar “detalhes de um caso que está a ser investigado”.

“Vamos aguardar tranquilamente, com calma, que estes procedimentos sejam realizados com todo o rigor, com toda a firmeza, que o Estado de Direito funcione com a devida proporcionalidade e com o rigor necessário como um caso destes exige”, frisou.

De recordar que o NRP (Navio da República Portuguesa) Mondego não cumpriu a 4 de março uma missão de acompanhamento de um navio russo a norte da ilha do Porto Santo, na Madeira, porque 13 dos militares da guarnição (quatro sargentos e nove praças) se recusaram embarcar por razões de segurança.

Entre as várias limitações técnicas invocadas pelos militares para se recusarem a embarcar no navio constava o facto de um motor e um gerador de energia elétrica estarem inoperacionais.

A Marinha confirmou que o NRP Mondego estava com "uma avaria num dos motores", mas referiu que os navios de guerra "podem operar em modo bastante degradado sem impacto na segurança", uma vez que têm "sistemas muito complexos e muito redundantes".

No domingo, fonte ligada à defesa adiantou à agência Lusa que "há indícios de prova que estão a ser apagados" e que o navio Mondego "foi todo limpo" na quarta-feira, antes da ida ao local de duas televisões. Um avião carregado de material terá voado até ao Funchal para permitir reparações no navio.

Leia Também: Ministério Público suspendeu audição de 13 militares do NRP Mondego

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