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De acampamento outra vez montado, professores insistem que não vão parar

Professores e funcionários das escolas iniciaram hoje um novo acampamento em defesa da escola pública e, já com as cerca de 30 tendas montadas, insistiram que a contestação não vai parar.

De acampamento outra vez montado, professores insistem que não vão parar
Notícias ao Minuto

20:30 - 24/04/23 por Lusa

País Greve

Durante uma noite, a Praça do Rossio, em Lisboa, vai ser ocupada por várias dezenas de professores e trabalhadores não docentes, num novo acampamento por melhores carreiras e pela recuperação do tempo de serviço, que deverá prolongar-se até dia 01 de maio.

Depois de as cerca de 30 tendas estarem montadas, o coordenador do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop) falou aos jornalistas para reafirmar que a contestação, que se prolonga desde o final do ano passado de forma quase ininterrupta, não vai parar até que o Governo responda às reivindicações.

A principal reivindicação é antiga, mas, desta vez, os professores parecem não aceitar outra resposta que não a recuperação integral do tempo de carreira que esteve congelado: seis anos, seis meses e 23 dias.

"Que o Governo não se esqueça. No que depender do Stop, nós vamos continuar esta luta até os profissionais da educação quererem", afirmou André Pestana.

Ana Custódio, professora de História e Geografia, confirmou, sublinhando que os profissionais da educação, mais unidos do que nunca, não estão dispostos a aceitar que a recuperação do seu tempo de serviço volte a ser adiada.

"A indignação conseguiu ganhar voz e sair para as ruas, coisa que, nestes últimos anos, esteve praticamente adormecida", afirmou, considerando também que os professores não pedem mais do que a devolução daquilo que lhes foi retirado e sentem-se "arrogantemente ignorados pela tutela".

Também professor de História, Ricardo Silva acrescentou que, no seu entender, o Ministério da Educação mantém uma "postura de grande obstinação" e parece recursar-se a negociar de forma séria.

"Uma negociação séria tinha de ser um processo intenso para se resolverem os problemas e o Governo não quer resolver os problemas. No fundo, vai dando uma mão cheia de nada", disse Ricardo Silva, que criticou também algumas das propostas apresentadas pela tutela às organizações sindicais no âmbito das negociações, incluindo o novo regime de gestão e recrutamento que acabou por ser aprovado em março, sem acordo dos sindicatos.

"Se o Governo quer que as greves parem, não pode responsabilizar os professores", acrescentou, retirando que "há muitos anos" que estão em falta boas condições de trabalho e nas escolas.

Na terça-feira, estes mesmos profissionais vão participar na manifestação nacional do 25 de abril e o coordenador do Stop, André Pestana, voltou a apelar à participação da sociedade civil, defendendo que, além da escola pública, que deve ser uma luta de todos, está também em causa a defesa da saúde pública, dos trabalhadores e da habitação.

"Com o que estamos a viver neste momento em Portugal, não pode ser mais um 25 de abril ritual. Temos de fazer o maior 25 de abril deste século", sublinhou, citando a faixa que dezenas de colegas erguiam atrás, em que se lia "Só não há dinheiro para quem trabalha".

Após a manifestação, o acampamento passará para o Largo do Carmo, onde deverá manter-se até 01 de maio.

O sindicato está também a planear uma greve às provas de avaliação, entre 05 e 12 de maio, para contestar a sua realização em formato digital pelos alunos do 2.º ano de escolaridade.

[Notícia atualizada às 21h59]

Leia Também: Professores acampam novamente em Lisboa e greve chega a Santarém

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