O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, afirmou, esta segunda-feira, que "Portugal está aberto" à "possibilidade" de ajudar na formação de pilotos ucranianos, no âmbito do apoio prestado ao país invadido pela Rússia. Porém, a posição do país face ao fornecimento de caças F-16 é diferente.
As declarações foram proferidas pelo governante em Bruxelas, na Bélgica, onde se encontra a participar no Conselho de Negócios Estrangeiros da União Europeia.
"Portugal está aberto a essa possibilidade. Tem pilotos e formadores muito bons e estão disponíveis para trabalhar com colegas de outros países que também têm (caças) F-16 para dar formação a pilotos ucranianos", destacou.
Já sobre a questão da cedência de aviões de combate a Kyiv, Gomes Cravinho disse que "neste momento, essa questão não está em cima da mesa". Até porque "Portugal não tem um número ilimitado de aviões", apenas os "necessários" para cumprir as suas "obrigações nacionais" e, também, as existentes "no seio da NATO".
Sobre o tema, apontou ainda: "Essa questão, para já, não se coloca, nem tal nos foi pedido pela Ucrânia".
Já no que diz respeito a uma eventual adesão (futura) da Ucrânia à NATO, o ministro garantiu que, "neste momento", esse também não é um assunto em consideração.
E disse, ainda: "Também não estamos a falar da entrada da NATO na guerra, pois só o faria em caso de defesa de um dos aliados - e a Ucrânia não é um aliado".
Nesse encontro de ministros dos Negócios Estrangeiros do bloco europeu, foi discutido também "o 11.º pacote de sanções" a aplicar à Rússia, "essencialmente dedicado a combater a evasão de sanções" e "apertando o cerco" a Moscovo.
O governante destacou também que a União Europeia está igualmente focada numa "estratégia extremamente importante de combate a influências e narrativas falsas da parte da Rússia".
João Gomes Cravinho apontou que, na reunião desta segunda-feira, participaram ainda representantes dos seis países dos Balcãs Ocidentais - Albânia, Bósnia-Herzegovina, Montenegro, Macedónia do Norte, Sérvia e Kosovo -, todos eles com "estatuto de candidatos" ao bloco europeu e com "perspetivas de adesão à União Europeia a prazo".
Desde o início da guerra, a 24 de fevereiro do ano passado, os países da NATO e da União Europeia apressaram-se a disponibilizar apoio financeiro, militar e humanitário para ajudar a Ucrânia a fazer face à invasão da Rússia. O país invasor, por outro lado, foi alvo de pacotes de sanções consecutivos (e concertados) aplicados pelos parceiros de Kyiv.
Até agora, cerca de 8.500 civis já morreram, ao passo que aproximadamente 15 mil ficaram feridos na sequência dos combates no terreno, segundo os cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU).
[Notícia atualizada às 15h18]
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