"Vamos concentrar-nos às 18:00, na segunda-feira, junto à estação do Campo Grande porque queremos ver este problema solucionado. Está a ter um impacto forte e negativo na vida das pessoas", disse à agência Lusa Cecília Sales, da Comissão de Utentes dos Transportes de Lisboa.
Segundo a representante dos utentes, as obras a decorrer na estação do Campo Grande no âmbito da futura linha circular "obrigam ao transbordo dos passageiros que vêm de Odivelas, Loures e também da parte norte da cidade, Telheiras, Lumiar".
"As obras estão a impedir a passagem por ali. Em vez de irem diretamente para o centro da cidade, como anteriormente, os passageiros são obrigados a fazer transbordo", disse.
Referindo-se ao reforço dos autocarros da Carris feito para realizar esse transbordo e minimizar o impacto das obras, Cecília Sales afirmou que é "claramente insuficiente", pelo que defende que tem de se "arranjar uma solução que não transtorne a vida das pessoas".
No âmbito das obras para a criação da linha circular do Metropolitano de Lisboa, a circulação entre Telheiras e Campo Grande (linha Verde) e entre Campo Grande e Cidade Universitária (linha Amarela) está interrompida desde 02 de maio e até 07 de julho.
Em 03 de maio, a Câmara de Lisboa anunciou o reforço das carreiras 736, 738 e 767 da Carris "com o objetivo de contribuir para minimizar o impacto negativo das interrupções na circulação do metro".
As obras para a criação da linha circular foram anunciadas em 08 de maio de 2017 pelo presidente do conselho de administração do ML, Vitor Domingues dos Santos, numa conferência de imprensa onde também esteve o então ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, e o presidente da Câmara de Lisboa na altura, Fernando Medina.
A linha circular foi muito contestada por movimentos de utentes e partidos políticos, e recebeu até uma recomendação da Assembleia da República para que o projeto fosse abandonado.
A expansão da linha Circular, prevista inaugurar em 2024, tem um investimento total previsto de 331,4 milhões de euros. No entanto, em dezembro de 2018, o custo da obra foi fixado em 210 milhões de euros, valor revisto em junho de 2021 para 240 ME.
O Governo justificou em dezembro a revisão do investimento para 331,4 milhões de euros com "várias vicissitudes" no decurso das obras que não podiam ser antecipadas, "como singularidades geológicas não detetadas nas sondagens efetuadas e desconformidades entre os levantamentos cadastrais e as prospeções que antecederam as obras", o que obrigou "a desocupações temporárias, expropriações e reforços de construções existentes".
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