O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, considerou que o envolvimento de agentes de fiscalização da EMEL - Empresa de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa numa alegada agressão a um condutor é "inaceitável", defendendo que este tipo de situações "não podem acontecer".
"Não poderia ter acontecido. Já pedi a abertura de um inquérito para ver e apurar exatamente o que se passou, mas estas situações não podem acontecer", começou por dizer o autarca, em declarações à TSF.
"A minha visão política para a EMEL não é uma visão punitiva para as pessoas, mas sim trabalhar com elas para soluções de estacionamento. Portanto este comportamento, se assim foi, é inaceitável para uma empresa pública e, portanto, as consequências serão retiradas", acrescentou.
O inquérito pedido por Carlos Moedas é o mesmo instaurado pela EMEL, tal como nota a TSF. Sublinhe-se que a EMEL confirmou, esta terça-feira, à agência Lusa, que instaurou um inquérito para apurar "responsabilidades disciplinares" neste caso, mantendo os agentes envolvidos em funções sem contacto com o público.
"A EMEL instaurou de imediato um inquérito para apurar responsabilidades disciplinares e quanto à eventual violação do Código de Conduta em vigor na empresa, colocando desde já os agentes de fiscalização envolvidos nesta situação em funções que não envolvam o contacto com o público, até decidir, se for o caso, a sua suspensão preventiva", lê-se numa resposta enviada à Lusa.
O Correio da Manhã (CM) noticiou hoje uma alegada agressão sobre um homem de 35 anos por parte de três fiscais da EMEL, que terão partido três dentes e o nariz à vítima.
A empresa esclareceu que o exercício das funções de regulação do estacionamento na cidade de Lisboa exige dos seus funcionários de fiscalização de trânsito "a maior correção e sentido de civismo".
"A EMEL repudia todos os atos de violência que decorram do exercício dessas competências, lamentando desde já a situação de violência", ocorrida na segunda-feira, refere a mesma nota.
A empresa reconheceu também as dificuldades dos seus agentes de fiscalização, lembrando que muitas vezes são "alvo de intoleráveis agressões físicas e psicológicas no exercício das suas funções", como, acrescentou, foi agora o caso.
A agressão, de acordo com o Correio da Manhã, aconteceu na Avenida da República, quando a vítima esperava dentro do carro pela sua mulher. Após um fiscal da EMEL ter passado de moto e mandado retirar o veículo, o condutor recusou, argumentando que não iria sair do carro.
Segundo o jornal, originou-se uma troca de palavras entre os dois, até que um segundo funcionário da EMEL se aproximou e agrediu o condutor com um soco. Posteriormente, surgiu um terceiro que se juntou aos outros dois colegas, acabando os três por pontapear a vítima que já se encontrava fora do carro e no chão.
As agressões só terão acabado devido à intervenção de populares que se aperceberam do incidente, de acordo com o CM.
Fonte da PSP confirmou à Lusa ter identificado as pessoas envolvidas no incidente, todos funcionários da EMEL, com idades entre 43 e 47 anos, mas sem detenções até ao momento.
Segundo a mesma fonte, o homem, de 35 anos, foi assistido no local pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), tendo sido posteriormente transportado para o Hospital de São José.
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