Em declarações à agência Lusa, Gonçalo Lagem (CDU) responsabilizou a empresa Infraestruturas de Portugal (IP) pelo atraso nos trabalhos naquele troço de estrada, que liga os concelhos de Monforte e de Fronteira, no mesmo distrito.
"Há um mês todos os contactos que tivemos foram uma reunião presencial e vários telefonemas [com a IP]. Há um mês o senhor presidente do conselho de administração da IP disse-me que estava feito o procedimento de ajuste direto, para no início de junho dar início à obra e no início de setembro ter a obra entregue", disse.
"Eu não vou falar mais com o presidente do conselho de administração da IP por telefone, nem fazer mais reuniões. Vou só escrever, que é para ficar registada a pressão e as diligências que eu ando a fazer, porque têm faltado à palavra. Uma falta de respeito, uma autêntica vergonha", acusou.
Para o autarca comunista, a situação tem provocado um transtorno significativo aos automobilistas da região, uma vez que são obrigados a gastar mais dinheiro em combustíveis para poderem deslocar-se através de vias alternativas.
"É uma falta de respeito por estas pessoas que aqui estão, porque estão a fazer-lhes gastar, há seis meses, muito dinheiro", disse, acrescentando que se a situação "fosse em Lisboa, no Porto ou noutro sítio qualquer com maior densidade populacional a coisa já estava resolvida".
O município já contactou a empresa que vai efetuar a obra (contratada pela IP), tendo-lhe sido confirmado que o procedimento de adjudicação já está feito, mas que a empreitada só tem início "no final de junho, se tudo correr bem".
Questionada pela Lusa por correio eletrónico, a IP garantiu que na zona onde ocorreu o abatimento e aluimentos de terras, em dezembro, vão ser desenvolvidos trabalhos para a reconstrução de uma passagem hidráulica e da plataforma rodoviária.
"A empreitada foi adjudicada no passado dia 25 de maio, por cerca de 900 mil euros e um prazo de execução de 120 dias", lê-se na resposta.
A IP acrescentou que a intervenção "deverá ter início no próximo mês de julho", data que "ainda depende" da emissão das necessárias autorizações ambientais.
Em 29 de dezembro, o presidente da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA), Hugo Hilário, disse à Lusa que o mau tempo que fustigou o distrito de Portalegre provocou prejuízos na ordem dos 47 milhões de euros.
O presidente da CIMAA, que preside também à Câmara de Ponte de Sor, sublinhou que os valores dos prejuízos apurados diziam apenas respeito às áreas da habitação, atividades económicas, equipamentos e infraestruturas municipais.
"Não estão incluídos aqueles que foram os prejuízos da responsabilidade do setor agrícola, que vão ter uma linha específica [de apoio] do Ministério da Agricultura", nem os danos a cargo das Infraestruturas de Portugal, nomeadamente estradas nacionais, alertou.
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