"A informação que tenho é que os serviços mínimos cumpriram a sua função, que foi permitir realizar as provas finais de ciclo e os exames nacionais que já se realizaram", afirmou o governante no final de uma visita às instalações do Agrupamento de Escolas de Portel.
João Costa reconheceu a existência de algumas perturbações nas provas de aferição, mas destacou que as taxas de participação foram suficientes para "aferir o sistema".
"Nos casos em que não foram decretados serviços mínimos, nas provas de aferição temos taxas de participação que, nos casos mais baixos, rodam os 70%, nos mais altos estão acima dos 90%. Isto vai permitir-nos fazer aquilo que é fundamental nas provas, que é aferir o sistema", destacou.
Confrontado com a existência de alunos que não terão realizado os seus exames, o ministro lembrou que "todos os anos, mesmo sem greves, sem serviços mínimos, há alunos que não conseguem fazer a prova" por diferentes motivos e garantiu que "esses casos são sempre analisados e vistos".
À chegada à Escola EB 2,3 Dom João de Portel, o ministro recebeu uma carta aberta de várias organizações sindicais, entregue pelo presidente do Sindicato dos Professores da Zona Sul, Manuel Nobre, na qual os docentes reivindicam um "diálogo consequente" sobre os "problemas que estão a afetar as escolas e as carreiras dos professores".
Questionado, depois, sobre a 'promessa' de continuar a luta no próximo ano letivo, feita ontem pelo secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, o ministro lembrou que "o Governo nunca se retirou da mesa negocial" e pediu "colaboração" para focar no interesse dos alunos que, disse, "não podem ser mais prejudicados".
"Há o que é legítimo pedir, há o que é possível responder. Neste momento, aquilo em que todos nos devemos concentrar é na serenidade e na tranquilidade para a boa aprendizagem dos alunos. Podemos continuar a negociar, a reivindicar, a fazer e negociar propostas sem prejudicar mais os alunos", apelou João Costa.
A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) estimou na terça-feira que a greve de docentes tenha impedido a realização de cerca de 15 mil provas de aferição do 2.º ano em centenas de escolas.
Além da greve às provas de aferição, a plataforma sindical tem também em curso uma greve às provas finais do 3.º ciclo e aos exames nacionais do ensino secundário, que começaram na segunda-feira, estas com serviços mínimos.
Os professores estão em greve pela recuperação do restante tempo de serviço que esteve congelado, e que corresponde a seis anos, seis meses e 23 dias.
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