O capitão-tenente Paulo Macedo da Silva fez, esta quinta-feira, algumas considerações na sequência do desfecho do caso do submarino 'Titan', cuja tripulação acabou por morrer. As declarações foram feitas logo após a Guarda Costeira dos Estados Unidos (EUA) ter informado, em conferência de imprensa, que o óbito dos cinco tripulantes deste submarino já tinha sido comunicado às famílias - decisão esta sustentada pela hipótese de que poderá ter ocorrido a "implosão catastrófica" do aparelho, tal como tinha sido já admitido pelo cofundador da empresa OceanGate, Guillermo Söhnlein.
"Era o cenário mais provável. Não era o mais desejável, mas era o mais provável. [A de que] seria uma implosão", afirmou na Base Naval de Lisboa, em declarações às emissoras nacionais.
Questionado pelos jornalistas sobre esta implosão - a hipótese mais provável -, o responsável da Marinha Portuguesa especificou do que se tratava. "O submersível não foi capaz de resistir à pressão hidrostática, ou seja, à pressão provocada pela massa do corpo de água, teve uma fragilidade e cedeu", detalhou.
O responsável considerou ainda que a postura da Guarda Nacional Costeira dos EUA foi correta ao anunciar primeiro o que terá acontecido, e depois iniciar as investigações. "Agora será o caso da perícia apurar se houve outro fator que possa ter desencadeado o acidente do veículo, quando e a que profundidade", explicou, acrescentando que pode ter havido uma fragilidade do material inesperada e que esse terá sido o motivo da implosão.
"Pode ter ocorrido tanto no início da viagem, como pode ter sido algumas horas - ou até dias - após ter sido iniciado o alerta", notou.
O responsável afirmou ainda que pode ter havido algum problema também relacionado com alguns dos sistemas que controlam a profundidade a que o veículo seguia, e, perante o descontrolo, o veículo ter passado "para lá dos seus limites de operação".
Questionado sobre se era possível descobrir os corpos àquela profundidade, o responsável sublinhou que não tinha conhecimento para isso, mas que numa implosão a morte era "instantânea".
Os socorristas avaliaram que às 12h08 de hoje (hora de Lisboa) os cinco passageiros poderiam ficar sem oxigénio a bordo do Titan, o pequeno aparelho explorador em águas profundas da empresa privada norte-americana OceanGate Expeditions. Anunciado como desaparecido desde domingo, o engenho dispunha de uma autonomia teórica de 96 horas em submersão.
O anúncio na quarta-feira de ruídos na água detetados por aviões P-3 canadianos suscitou a esperança e orientou a armada internacional de socorro presente no local, mas sem que fosse determinada a origem dos ruídos.
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