A Ordem dos Médicos (OM) retirou esta terça-feira a confiança institucional ao médico Diogo Ayres de Campos, que lidera a Comissão de Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e Bloco de Partos da DGS, avança a CNN Portugal.
De acordo com este canal de televisão, a carta enviada esta terça-feira à ainda diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, e ao Ministério da Saúde, pede o afastamento do médico como coordenador dos grupos de trabalho da DGS em que exista a colaboração com a Ordem dos Médicos.
Ao Notícias ao Minuto o bastonário Carlos Cortes confirmou que foi enviado um ofício à DGS e ao Ministério da Saúde a "oficializar" a posição da Ordem dos Médicos, "já anteriormente demonstrada", em relação à norma sobre partos que permite que os de baixo risco fiquem ao cuidado de enfermeiros.
"Confirmo que é essa a vontade da Ordem dos Médicos. Aliás, isso já tinha sido demonstrado anteriormente ao Ministério da Saúde e à DGS. Esta terça-feira foi apenas oficializada essa vontade", realçou Carlos Cortes ao Notícias ao Minuto, acrescentando que o que a OM pretende é que a "Orientação 2/2023 da DGS seja alterada".
Segundo a CNN, a carta da OM alega que a forma como a norma sobre os partos foi aprovada põe em causa a "segurança" das grávidas e dos recém-nascidos e afirma que Diogo Ayres de Campos "ignorou" a opinião dos elementos destacados pela Ordem para integrar o grupo de trabalho que elaborou a norma da DGS sobre os partos.
Já em maio, na altura em que a norma foi aprovada, a OM tinha pedido a sua revogação, apesar de Diogo Ayres de Campos garantir publicamente que o documento tinha reunido o consenso de todos os especialistas.
Recorde-se que Diogo Ayres de Campos foi também recentemente exonerado do cargo de diretor de Obstetrícia, Ginecologia e Medicina de Reprodução do Centro Hospitalar Lisboa Norte, depois de colocar em causa o plano de obras previstos para o serviço e a consequente colaboração com o Hospital de São Francisco Xavier.
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