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Obras no Parque Tejo-Trancão quase concluídas a um mês da JMJ

Em contagem decrescente, a um mês da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), os 100 hectares do Parque Tejo-Trancão, entre Lisboa e Loures, ganham a forma final, faltando apenas terminar o altar palco e a instalação das casas de banho.

Obras no Parque Tejo-Trancão quase concluídas a um mês da JMJ
Notícias ao Minuto

06:12 - 01/07/23 por Lusa

País Jornada Mundial da Juventude

Como constatou a Lusa no local, tanto do lado do concelho de Lisboa, como de Loures, estão já concluídos os trabalhos de terraplanagem, que permitirão em agosto a circulação de peregrinos vindos de todo o mundo e a criação dos locais onde serão instaladas infraestruturas sanitárias, de água, eletricidade e Internet.

Do lado de Lisboa, onde todos os talhões (cada um equivalente a um campo de futebol) já se assemelham a um prado verde, fruto de uma rega regular, decorrem a bom ritmo os trabalhos de construção do altar palco e a colocação das infraestruturas sanitárias e multimédia.

A ponte ciclável, da responsabilidade da EMEL - Empresa de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa, que une as duas margens do Rio Trancão e os concelhos de Lisboa e Loures, já está concluída, assim com a instalação dos pontos de água.

Por "questões de segurança", foi também colocada uma barreira para impedir o acesso direto ao Rio Tejo.

Relativamente ao altar palco, cujo projeto teve de ser revisto e redimensionado, depois de críticas ao investimento previsto, a Câmara Municipal de Lisboa espera que esteja concluído até meio de julho.

Em declarações à agência Lusa, o vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), destacou o facto de a obra estar a decorrer a "muito bom ritmo" e a "cumprir todos os prazos".

"A preparação do encontro está a correr muito bem. Tudo aquilo que dependia de nós está realmente a muito bom ritmo. Em alguns casos até antecipámos o calendário", afirmou o autarca.

Questionado pela Lusa sobre o facto de não existirem pontos de sombra no recinto, o vice-presidente da Câmara de Lisboa explicou que tal seria incompatível com a boa visibilidade do palco pelos peregrinos.

"A Jornada Mundial da Juventude sempre se fez em agosto. Ela tem uma dimensão de milhões de pessoas [...], se tem sombras, não tem visibilidade", argumentou.

Em alternativa, o autarca sugeriu que os participantes se hidratem e usem chapéus ou, "em alguns casos", guarda-sóis, caso isso não comprometa a segurança.

Relativamente ao lixo, o vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa estimou que durante o evento exista na cidade "um incremento de cerca de 30 a 50% na produção de resíduos", assegurando que a autarquia "tudo fará para dar resposta" a esse aumento.

"É uma área [resíduos] que reconhecemos que é possível fazer melhor e que queremos fazer melhor na cidade. Na Jornada Mundial da Juventude estaremos no pleno dessas competências e dessas capacidades. Estamos a mobilizar equipas. Teremos aqui cerca de 300 trabalhadores a mais, que serão contratados fora da Câmara. Ou seja, estamos a fazer tudo o que podemos", sublinhou.

Na margem norte do Trancão, do lado de Loures, os trabalhos nos 75 hectares do recinto arrancaram no início do mês e, segundo disse à Lusa a vice-presidente da Câmara Municipal, Sónia Paixão (PS), também estão "praticamente prontos", faltando finalizar a colocação das 40 torres de iluminação e das 4.200 casas de banho previstas para o espaço.

"Já estamos na reta final dos preparativos para o acolhimento deste grande evento, a cumprir os prazos que estavam predefinidos. Temos os polígonos já todos concluídos, todos designados. A sementeira a crescer a olhos vistos. Os pontos de água estão colocados e, neste momento, já estão a ser instaladas aquelas que são as áreas de responsabilidade do grupo de projeto. Muito em breve, estaremos efetivamente a 100% dos trabalhos concluídos", perspetivou.

No caso das torres de iluminação, Sónia Paixão explicou que só deverão ser ligadas "muito próximo à data do evento, por questões de segurança e de deterioração".

A autarca assegurou ainda que está a existir um "trabalho de articulação" com todas as juntas de freguesia e entidades concelhias, para preparar a iniciativa e minimizar constrangimentos.

"Houve um trabalho de proximidade de todas as paróquias com as autarquias. Vamos acolher em Loures cerca de 19 mil peregrinos. Estima-se que os peregrinos possam estar instalados no nosso território entre 30 de julho até ao dia 07, 08 de agosto. Portanto, toda a semana da jornada e mais um dia antes e uns dois dias depois", anteviu.

Sónia Paixão referiu também a importância da divulgação do plano de mobilidade que, segundo adiantou a autarca, deverá ser apresentado em 15 de julho.

"Esperamos que venha acompanhado de uma boa campanha de informação e de comunicação para que todos possamos dar, efetivamente, a informação útil aos nossos munícipes", salientou.

Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a próxima edição da JMJ, considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, que vai decorrer entre os dias 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas

O Papa Francisco foi a primeira pessoa a inscrever-se na JMJLisboa2023, em 23 de outubro de 2022, no Vaticano, após a celebração do Angelus. O gesto marcou a abertura das inscrições para o encontro mundial de jovens com o Papa.

A JMJ nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

A primeira edição aconteceu em 1986, em Roma, tendo já passado por Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).

Leia Também: JMJ. Moedas preocupado com plano de mobilidade (e oferece-se para ajudar)

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