O presidente da Câmara de Lisboa decidiu, esta sexta-feira, reagir com algum humor à crítica feita por Bordalo II aos milhões gastos na Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Depois de o artista plástico estender a "passadeira da vergonha" no altar-parque do Parque Tejo, em Lisboa, o autarca mostrou que também tinha um tapete.
Num vídeo divulgado nas redes sociais, Carlos Moedas mostra-se com um tapete debaixo do braço, enquanto caminha em direção ao altar-palco, ao som da música 'One Love', de Bob Marley. Já nas escadas, estende o tapete, onde pode ler-se "Bem-vindo", em vários idiomas.
"Agora sim, o tapete está posto. Aqui, são todos bem-vindos", escreveu o presidente da Câmara de Lisboa na legenda do vídeo.
Quem não ficou indiferente foi o próprio Bordalo II, que reagiu à 'resposta' de Carlos Moedas à sua peça.
"Pahahaha, nah, o tapete real esteve lá ontem", comentou o artista na publicação do autarca.
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Recorde-se que foi ontem que Bordalo II publicou nas redes sociais um vídeo no qual se vê que entrou no Parque Tejo e foi até ao altar-palco, onde estendeu um tapete feito com réplicas de notas de 500 euros. "Num estado laico, num momento em que muitas pessoas lutam para manter as suas casas, o seu trabalho e a sua dignidade, decide investir-se milhões do dinheiro público para patrocinar a tour da multinacional italiana. Habemus Pasta", escreveu o artista na publicação no Instagram.
Hoje, Carlos Moedas já tinha rejeitado que haja falta de segurança no Parque Tejo e defendeu que jovens como Bordalo II têm "toda a liberdade artística".
"A informação que tenho do Sistema de Segurança Interna é a de que ainda estão a decorrer obras no local, os vários empreiteiros encontram-se a prestar os serviços", referiu, sublinhando que a guarda e responsabilidade pelo local estava a cargo da Câmara Municipal de Lisboa.
Entretanto, numa nota enviada à comunicação social, o secretário-geral do Sistema de Segurança Interno, Paulo Vizeu Pinheiro, esclareceu que "a área em causa é da responsabilidade da PSP [Polícia de Segurança Pública]", mas, por "decorrerem trabalhos de construção na zona do palco, o espaço ainda não é considerado um espaço público, sendo responsabilidade do empreiteiro da obra, bem como da empresa privada contratada para o serviço de segurança".
"Nesta fase, o fluxo de construção obriga à entrada e saída de muitos funcionários nas diferentes áreas do recinto", explicou Paulo Vizeu Pinheiro na nota, destacando que "o plano setorial de segurança do Parque Tejo só será colocado em vigor a partir do momento em que a obra esteja concluída".
Ainda de acordo com a nota, "antes dos eventos e logo após implementação do plano setorial de segurança, será efetuada uma vistoria aos recintos por parte da PSP e que os mesmos só serão abertos após confirmação de que reúnem as necessárias condições de segurança".
"O SSI encontra-se a acompanhar de perto a situação e a articular com a PSP as medidas necessárias a acautelar a segurança do recinto", assegurou.
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