"Querido Papa, posso dar-lhe um abraço?". Foi assim que a voluntária guatemalteca da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Yesvi se expressou depois de se ter confessado com o líder da Igreja Católica em Belém, em Lisboa.
Yesvi foi uma dos três jovens confessados pelo Papa Francisco, no Jardim Vasco da Gama, onde se encontram instalados 150 confessionários e onde largas centenas de peregrinos, sobretudo da América Latina, fizeram fila para se confessarem.
"Eu disse-lhe no fim: Querido Papa, somos latinos, posso dar-lhe um abraço? E ele disse: Sim, claro. Dei-lhe o abraço e foi muito especial", salientou aos jornalistas a jovem de 33 anos.
A guatemalteca adiantou que é voluntária na JMJ e que, quando recebeu o convite para se confessar com o Papa Francisco, era "uma coisa que não podia deixar de fazer e aceitar".
"(...) É um elo de Deus e Deus através do Santo Padre deu-me misericórdia. (...) Foi uma bênção estar com o Santo padre. A alegria que o caracteriza, o seu sorriso e sentir através dele que Deus está presente, que me ama", realçou.
Francisco, de 21 anos, que também recebeu a confissão do líder da Igreja Católica, contou que não conseguiu dormir muito na noite anterior, "pela emoção e pela experiência de poder estar perto do Papa, de poder falar com ele e olhá-lo nos olhos".
Para o católico espanhol, foi muito complicado não pensar no encontro com o Papa Francisco.
"Foi uma prenda poder confessar com o Santo Padre. (...) Fico com a mensagem de ontem: ser valente e não ter medo. Acreditar até ao fim em ser valente, acreditar no evangelho e acreditar na Igreja Católica", referiu.
Por sua vez, e com poucas palavras, Samuel, proveniente de Itália, disse que "foi uma bela experiência".
"Foi muito bonito confessar-me com o Papa. É uma experiência única. Tudo muito bonito. Perdou-me dos pecados", observou.
Após os três jovens se terem confessado, também outros acolheram ao local, designado 'Parque do Perdão', no Jardim Vasco da Gama, para se "aproximarem mais de Deus", como afirmou à agência Lusa uma peregrina costa-riquenha.
"É uma experiência muito bonita. Só quem vive é que pode entender o que se vive em cada momento", afirmou Diana Cabrera, que está na sua segunda JMJ, depois de ter estado no Panamá em 2019.
"Para mim, [a confissão é] aproximarmo-nos de Deus e não esquecer que nos ama, nos perdoa e nos dá mais um dia de vida para o ter mais perto", sustentou.
Ao seu lado, a sua conterrânea Elisabete Vega mostrou-se feliz por ter conseguido ver o líder da Igreja Católica.
"No Panamá, quase não consegui ver o Papa. É uma experiência muito linda. E espero que continue [a ser]. Estivemos próximas dele", disse.
Na fila de centenas de crentes, encontrava-se Lígia Pereira, de Viana do Castelo, que disse estar a sentir uma "emoção indescritível".
"Esta união de jovens de todo o mundo (...) que não se conhecem, não falam a mesma língua(...). É uma lição de vida", indicou.
Na sua quinta JMJ, o paulista Renan Caetano disse estar a viver "uma experiência diferente" em Lisboa.
"É uma cidade bem calorosa, tanto no tempo quanto nas pessoas, na receção dos voluntários - como eu - e dos peregrinos. É uma experiência diferente, um bom momento para estar perto do Papa e aproveitar esta energia", destacou.
Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa até domingo para a JMJ, considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, e que conta com a presença do Papa Francisco.
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