A missiva enviada ao Papa e que a agência Lusa teve hoje acesso, foi também entregue em mão, sábado, ao Presidente da República, ao primeiro-ministro e ao Ministério da Administração Interna (MAI), que tutela a PSP, durante uma série de ações nacionais de protesto realizadas pela ASPP/PSP durante a JMJ.
A carta, dirigida a "Sua Santidade, o Papa Francisco" e assinada pelo presidente da ASPP/PSP, começa por dar as boas-vindas a Portugal ao Santo Padre, em nome dos agentes, chefes e oficiais de polícia, mas explica também que a Polícia de Segurança Pública (PSP) "tem o desafio de garantir a sua segurança durante a JMJ, mas os profissionais desta força policial enfrentam as mais variadas dificuldades".
"São constantes os cortes de direitos, como folgas, férias, entre outros, para poder garantir que a JMJ se realize. Os profissionais da PSP desempenham o seu trabalho com responsabilidade e altruísmo, mesmo desgastados, doentes, envelhecidos e desmotivados", escreve a associação sindical mais representativa na polícia.
O sindicato dá conta que "os polícias portugueses sofrem com os baixos salários, com o desrespeito pelo direito à pré-aposentação, com a ausência de higiene e segurança no ambiente laboral, bem como com a realização de trabalho suplementar para compensar a falta de efetivo".
Para a ASPP/PSP, estas são "situações que precisam de ser urgentemente resolvidas para que os polícias possam desenvolver a sua missão num ambiente seguro e com condições dignas".
"Ao permitir que Sua Santidade visite Portugal em segurança e que a JMJ se realize de forma pacífica, os polícias demonstram o quanto são leais à missão que lhes foi confiada. Por isso, apelamos a Sua Santidade para que haja uma qualquer intervenção, terrena ou transcendente, ou eventualmente uma oração, para que sejam reconhecidos os esforços e sacrifícios destes profissionais que dedicam as suas vidas à segurança das populações", acrescentam.
A ASPP/PSP - e outras sindicatos do setor - tem vindo a apelar para que o Governo nos últimos anos para que resolva problemas urgentes na PSP como sejam a dignificação do salário, o direito à pré-aposentação aos 55 anos, a uma maior atratividade para entrada na carreira, por forma a compensar as saídas anuais, entre outros questões.
A JMJ, o maior acontecimento da Igreja Católica, juntou em Lisboa, de terça-feira a hoje, mais de um milhão de jovens de todo o mundo. O Papa chegou a Lisboa na quarta-feira e encerra hoje a iniciativa, regressando ao Vaticano.
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