Entidades desportivas fizeram 'sururu' sobre redução dos apoios
A provedora da Santa Casa da Misericórdia, Ana Jorge, considerou hoje que as entidades desportivas fizeram "um 'sururu'" sobre a redução de apoios no desporto e insistiu que a intervenção social desta organização não está em causa.
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Em declarações aos jornalistas à margem da Academia Socialista, que termina no domingo, em Évora, a provedora da Santa Casa da Misericórdia explicou que "os apoios ao desporto mantêm-se porque o desporto recebe das receitas dos jogos sociais diretos, e isso não fica com nenhuma alteração".
Ana Jorge acrescentou que "o que a Santa Casa tinha eram subsídios extra a algumas áreas, onde está também incluído o desporto".
"Quando chegámos e percebemos que havia algumas dificuldades financeiras pensámos que o melhor era falar e escrever a todos a dizer que estaríamos a pensar poder ter que alterar e não estava seguro que se pudesse manter aquele apoio. E escrevemos a todos, não foi só ao desporto. As entidades desportivas é que ficaram muito inquietas e fizeram todo aquele, deixem-me dizer, 'sururu'", considerou, mesmo reconhecendo a importância destes apoios.
No entanto, na opinião da provedora, a Santa Casa "tem de olhar para as suas preocupações maiores e a sua missão".
"A sua missão é fundamentalmente a intervenção social e da saúde, e da cultura, que é isso que faz parte dos seus estatutos, para a qual existe e para a qual recebe a percentagem do jogo", acrescentou, adiantando que "o dinheiro não chegava para tudo".
Ana Jorge garantiu ainda que a intervenção social da Santa Casa da Misericórdia não está em risco.
"A intervenção social não pode estar em risco e, portanto, o que temos que fazer é criar estas medidas para que mantenhamos a função social e reorganizar algumas formas de trabalhar dentro da Santa Casa, de compras, para poder assegurar que toda a área social se mantém", afirmou.
Através de cartas assinadas pela provedora Ana Jorge, que assumiu funções em maio, a Santa Casa da Misericórdia tinha avisado as federações desportivas e o Comité Olímpico de Portugal (COP) para a necessidade de rever os seus apoios, medida assente na "conjuntura económico-social", que veio determinar "novas exigências" junto das "populações mais vulneráveis".
Em 23 de agosto, após uma reunião entre as duas partes, a secretaria de Estado da Juventude e do Desporto anunciou que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) manterá este ano os patrocínios às entidades desportivas, que, em 2024, passam a ser repartidos pela organização e pelo Governo, sem revelarem a contribuição de cada uma.
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