O historiador José Milhazes comentou, esta quinta-feira, a visita do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un à Rússia e a cooperação que este mostrou com Moscovo.
Sublinhando que o discurso do norte-coreano "corresponde mais à atual propaganda russa" do que "as palavras de paz e cooperação do presidente russo", Vladimir Putin, Milhazes apontou, no seu espaço de comentário na SIC Notícias: "O que temos de ver são os resultados reais deste encontro e eles podem ser importantes".
"Há toda uma série de armamentos que a Coreia pode dar à Rússia para a guerra na Ucrânia e isso aí seria importante para Moscovo", considerou, explicando que o país seria assim "mais uma fábrica de armamento a funcionar".
O comentador alertou ainda para a falta de previsibilidade que pode acontecer caso sejam fornecidos, por exemplo, tanques norte-coreanos. "Não sabemos como se vão comportar no terreno porque nunca foram vistos em combate. Mas, mesmo assim, há munições de artilharia de que a Rússia necessita e que a Coreia do Norte fabrica", notou.
Ainda quanto aos satélites, Milhazes apontou que há a "questão importante" de saber se a Rússia vai transmitir à Coreia de Norte a tecnologia de satélites, o que seria "grave", ou se vai permitir apenas que Pyongyang utilize os satélites russos. "É importante também para a segurança internacional", defendeu.
Questionado sobre o grande objetivo de Pyongyang em ter satélites na órbita da Terra, o historiador explicou: "Do ponto de vista do seu programa militar e de mísseis - principalmente intercontinentais - isso é de grande importância".
Quanto à eventual visita de Putin à Coreia do Norte - convite que o responsável russo aceitou -, o comentador explicou que não acredita que esta se realize em breve. "Estes convites são sempre feitos. Vai, não vai? É preciso enquadrá-los no tempo", rematou.
Milhazes recordou ainda que antes de ir Putin, já o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu o fez. "Essa visita também foi muito importante porque era uma visita mais concreta exatamente sobre o fornecimento de armas. Quando Putin for à Coreia do Norte é para mostrar que tem aliados deste tipo", rematou.
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