A Federação Nacional dos Médicos (FNAM), em comunicado, revela que tomou conhecimento de que a escala do serviço de urgência de Penafiel, no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), e em Aveiro, no Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV), para o mês de outubro, "está ferida de graves irregularidades, em particular na Cirurgia Geral".
Tal deve-se ao elevado número de médicos destes centros hospitalares, que, exercendo "o seu legítimo direito de pedir escusa ao trabalho suplementar além do limite anual de 150 horas já realizadas em 2023", estarão ausentes.
"Alertado pelos médicos do serviço de Cirurgia Geral para a necessária reorganização das equipas de urgência, com o inevitável encerramento da urgência externa de cirurgia em alguns dias do mês, decidiu a direção clínica pelo não encerramento dos serviços, impondo equipas de urgência cirúrgicas claramente deficitárias que colocam em causa a segurança dos utentes e dos médicos", pode ler-se num comunicado da FNAM a que o Notícias ao Minuto teve acesso.
Assim, em Penafiel, no CHTS, esta segunda feira, dia 2 de outubro, "de uma equipa habitual de quatro médicos, irão estar apenas dois, um cirurgião e um interno". Já no próximo sábado, dia 7, está previsto durante o dia um especialista de Cirurgia Geral e um interno da especialidade de Ortopedia.
Em Aveiro, no CHBV, "para evitar o encerramento do Serviço de Urgência", dos três elementos na escala de Cirurgia, o CA e o DC passaram a dois elementos - um especialista e um interno - "ignorando as recomendações da Ordem dos Médicos e comprometendo a segurança da urgência de Cirurgia", pode ainda ler-se na nota.
"Situações como estas de Penafiel e Aveiro estão na forja a nível nacional, numa espiral de irresponsabilidade que, não sendo capaz de salvaguardar o atendimento em segura das Urgência, vai adicionalmente castigar todos os outros serviços, os seus médicos e os seus utentes", afirma a FNAM, por fim, em comunicado.
Recorde-se que, um pouco por todo o país, médicos recusam cumprir, a partir de outubro, mais do que as 150 horas extraordinárias anuais que são obrigatórias.
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