Após boicote de Israel, Web Summit regista venda recorde de bilhetes

Revelação foi feita por Paddy Cosgrave, que afirmou que ontem foram vendidos mais bilhetes do que em qualquer outra segunda-feira deste ano. Fundador da Web Summit considerou ainda que tentar cancelar um evento que "sempre representou a paz e a prosperidade não é apenas ingénuo, é contraproducente".

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Carmen Guilherme
17/10/2023 10:49 ‧ 17/10/2023 por Carmen Guilherme

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Web Summit

O fundador da Web Summit, Paddy Cosgrave, revelou que foram vendidos "mais bilhetes" para o evento "do que em qualquer outra segunda-feira de 2023", depois de ter sido anunciado o boicote de Israel à feira tecnológica. 

A revelação foi feita por Cosgrave na rede social X (antigo Twitter), numa resposta a um investidor tecnológico que afirmou que não voltaria a participar na Web Summit por considerar que o fundador do evento apoia "a decapitação de bebés". Uma "mentira absoluta", nas palavras de Cosgrave.

"Nas últimas 24 horas, enquanto 9 investidores cancelaram, 35 novos investidores inscreveram-se. 2 meios de comunicação foram cancelados, mas mais de 50 meios de comunicação solicitaram passes de 'media'. Ah, e de alguma forma vendemos mais ingressos do que em qualquer outra segunda-feira de 2023", revelou.

Recorde-se que, ontem, o embaixador israelita em Portugal, Dor Shapira, anunciou que Israel não irá participar na Web Summit de 2023 devido a declarações que o país considera "ultrajantes" por parte de Cosgrave, que afirmou que "crimes de guerra são crimes de guerra, mesmo quando cometidos por aliados".

Ainda na rede social X, esta terça-feira, Cosgrave revelou que foi "inundado" de "mensagens incríveis de apoio de Israel e de todo o mundo" desde então.

"Tentar cancelar uma reunião verdadeiramente global que sempre representou a paz e a prosperidade não é apenas ingénuo, é contraproducente. Assim como recorrer à divulgação de falsidades perigosas sobre o que eu disse ou defendo. Não podes ser cancelado por querer a paz e a adesão ao direito internacional dos direitos humanos. Solidariedade com civis inocentes de todos os lados. Eu não vou ceder", rematou o fundador do evento tecnológico.

De realçar que a declaração de Cosgrave que levou ao boicote de Israel foi feita no dia 13 de outubro, também nas redes sociais. "Estou chocado com a retórica e as ações de tantos líderes e governos ocidentais, com exceção em particular do governo da Irlanda, que pela primeira vez está a fazer a coisa certa. Os crimes de guerra são crimes de guerra, mesmo quando cometidos por aliados, e devem ser denunciados pelo que são", declarou.

Por sua vez, também nas redes sociais, Dor Shapira revelou que dirigiu uma mensagem ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, na qual informava que Israel "não participará na conferência Web Summit".

"Mesmo nestes tempos difíceis, ele [Cosgrave] é incapaz de pôr de lado as suas opiniões políticas extremistas e de denunciar as atividades terroristas do Hamas contra pessoas inocentes", disse o embaixador, acrescentando que "dezenas de empresas já cancelaram a sua participação nesta conferência" e encorajando "outras a fazê-lo".

Recorde-se que Israel bombardeia a Faixa de Gaza há 11 dias, na sequência do ataque surpresa do Hamas contra alvos israelitas em 7 de outubro, que causou a morte de mais de 1.400 pessoas.

Num balanço anterior aos bombardeamentos mais recentes, as autoridades de Gaza disseram que os ataques israelitas mataram mais de 2.800 palestinianos.

Leia Também: Scholz avisa Irão e Hezbollah para não entrarem no conflito

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